quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Blogo, logo existo.



Simples assim: a era da internet facilitou o acesso às outras pessoas, às compras, aos serviços, aos cursos de ensino à distância.
Tudo muito lindo!
Quando cansados de alguém, é preciso apenas desconectar. Mas, se isso parecer uma atitude muito seca e que faça se sentir culpado, basta simplesmente tirar o volume e sair de perto da máquina ou continuar navegando em outros interesses. Isso fará com que a pessoa do outro lado pense que é importante.
Sim, hoje não precisamos sair para a balada, temos o second life. As contas são pagas pelo ibank. Nos alimentamos pelo “idelivery”. Nos divertimos com o e-commerce.
Era dos “es” e “is”.
O “e” representa a junção, o “i” é o egoísmo, a solidão. “I do, I want, I’m giving a shit”.
Nossos amigos “para a vida toda” como os amigos do Bruno, personagem de John Boyne em “O menino do pijama listrado” não estão no orkut. Na verdade, eles podem não estar em lugar nenhum. E talvez seja a aproximação da família ou pelo menos das pessoas que conhecemos de verdade, que podemos tocar. Porque fica um pouco difícil se fazer entender. Até mesmo nesse texto sem pé nem cabeça.

É um post para que os posts sejam entendidos.

Acho que blogs são para isso. Jogamos nossos interesses na rede. Eventualmente alguém pode se interessar. É como desabafar com a melhor amiga. A gente se sente mais leve. E não se aplica apenas às coisas ruins.
Então como contar um super final de semana inesquecível para pessoas que a gente nem sequer conhece. Ou que não faz a mínima ideia de quem são as pessoas de quem estamos falando?
Se começar a explicar fica formal demais e o evento perde a graça.
Isso é o tipo de coisa que se classifica como “um segredinho”, algo “só nosso”... e que traz o gostinho especial das pequenas coisas da vida.
E... fim, por enquanto, eu acho.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Nota de um feriado desconhecido

Eis que o telão da vida
Que imita a ficção
Encenada e assistida
Da vitrine da liquidação
Reproduz... luz,
Câmera e ação
Rotina, stress, impaciência
E muita reclamação
Porque das desgraças
Desde o trânsito
Aos efeitos da natureza
Existe uma explicação
Que como um derrame cerebral
Formiga os lábios da população
Que culpam a legislação
Mas se os prazeres também fossem leis
Como disse Nando Reis
“O mundo é bão Sebastião”.

20 de janeiro - Dia de São Sebastião

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

É só amanhã!



Ziraldo escreveu que o tempo era amigo do menino maluquinho, ele inventava horas a mais para o garoto.
Na página seguinte, a ilustração de um relógio com vinte algarismos.

Centro da cidade de Ribeirão Preto, entre 17h30 e 18h, aproximadamente 30º.
Meninos e meninas maluquinhas travando conhecimento, confortavelmente, em cadeiras de plástico. Uma fila desajeitada decorando a passagem. Um happy hour e tanto!
“Olha a água!”, “Vai um pastelzinho, dotô”
A criatividade formava círculos, semi círculos, fileiras. Como uma sala de aula improvisada, onde se aprende mais observando do que participando, talvez. Ou um teatro em reforma, desmanchando-se na tragédia da vida pública.
Consumismo.
Culpa e/ou glória de D. Luiza? De H.G. Wells? Nenhum. Ou os dois. Além das massas manipuláveis e as maiorias silenciosas.
Mas a intenção não é procurar culpados, e sim consumidores... Compulsivos, desesperados. A ponto de passar a noite na porta da loja. Porque é só amanhã. E amanhã é apenas um dia. O jantar das crianças pode esperar, o banho também. Afinal 30º não faz efeito nenhum em um corpo, já que tem uma lavadora novinha (e barata) esperando lá dentro, e que pode ser parcelada.
E é à sombra das parcelas que a vida tem sentido. A morte demora a chegar para àqueles que parcelam. Ela trabalha disfarçada no crediário.
O varejo inventa parcelas assim como o relógio do menino maluquinho inventa horas. E os consumidores recebem benefício duplo. Parcelam seu tempo e suas compras. E passam a noite em frente à loja reclamando que não tem tempo para nada.

Mas maluquice mesmo é usar uma panela na cabeça.

A fila anda, pessoal.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Uma nota de ano novo: Priscila decide não morrer.

Quem não se sente animado em uma segunda feira, após um feriado prolongado que marcou o início de um novo ano, dois anos antes do suposto “fim do mundo”? Revigorante mesmo é acordar bem cedo, depois de tudo isso e pensar: “Hora de trabalhar”, “começar mais um regime”, “arrumar namorado”. E reconfortante mesmo é não precisar pensar: “Hora de começar minha quimioterapia”.

Adoramos essas segundas feiras, não é mesmo? Todos nós e o Garfield!

Mas essa segunda foi de primeira!

Acordei! E como um bom livro de auto ajuda descreveria: Fique feliz, você acordou! Nem todas as pessoas tem esse imenso privilégio! Mantenha sua luz acesa nesse dia tão iluminado!

Por isso então, as campanhas de racionamento de energia! Livros de auto ajuda sempre estão entre os mais vendidos. São curtos, baratos, a Veja os adora e podem ser encontrados em qualquer loja de conveniência. Conveniente? Hum...não sei.

Se o dia está iluminado, para que manter a luz acesa? É desperdício! Ou “fogo no rabo”. O que pode explicar a “luminosidade”.

Depois desejei um bom dia à todos, o que não acontecia com freqüência, e pensei: “Amanhã é terça e logo, quarta, que já é metade da semana... daí para o final é um pulo. Que otimismo! E não é que hoje já é terça... Parece mesmo que esse ano vai voar. E se eu fosse um guru daqueles que escrevem para periódicos de baixo valor comercial, diria para que jogássemos na borboleta, porque ela voa. E, se a borboleta ganhasse, a explicação seria bem lógica: A aura do vencedor brilhou no exato momento em que a borboleta chinesa de três asas teve sua menarca.

Mas nunca, nunca mesmo alguém atribuiria a glória ao ceguinho que grita “Borboleta” há uns 35 anos, sentado na porta da casa lotérica do calçadão.

É, nós vivemos num mundo lindo, em que os lixeiros batem papo e riem trabalhando à noite. E eu nunca ouvi nenhum deles dizendo que alguma coisa não está cheirando bem.

Então porque mesmo a Veronika deciciu morrer?

Acho que ela só não sabia viver. A maioria de nós não sabe.

Então quando chega uma das chances de aprender, a gente lembra que tem as melhores e mais lindas irmãs do mundo, o namorado que sempre sonhou e, principalmente, que ainda dá tempo de chegar onde a gente quer.

Por isso, eu decido viver!

Feliz 2010!