domingo, 24 de abril de 2011

Guerra dos Sexos


Alta para uma mulher, baixo para um homem.
E lá vem a sociedade colocando estereótipos na nossa cabeça novamente. Sim, a sociedade que, apesar do termo singular é um amontoado de gente que pluraliza tendências e enfia na nossa cabeça, como quando recheamos um porco para assar. E quem recheia o porco e coloca pra assar? A cozinheira, mulher. Porque o cozinheiro homem é chamado de Chef. Ele só indica o que a cozinheira deve fazer; inclusive lavar os pratos depois que os convidados terminarem de comer. Porque enquanto ela lava os pratos, o Chef recebe os elogios e todos os créditos.
Estou sentindo certo sarcasmo de minha parte e certo desnível da sociedade Darwinista (e Darwin era homem). As castas multiplicaram seus significados. Não se trata apenas de poder aquisitivo. É a lei da seleção natural valendo.
Em uma entrevista de emprego para secretária, todas as candidatas selecionadas são mulheres. Porque quando um homem é secretário, é secretário de Estado.
E quero que alguém me diga que “costureira” impõe mais respeito que “alfaiate”.
Dá até vontade de xingar. Só que palavrão é baixo para uma mulher, mas o homem deve dizê-lo em alto e bom som.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Discutível e debutável



“O Quinze” é o nome de um livro da Rachel de Queiroz, que eu ainda não li.
Quinze dedos são contados em duas mãos que brigam e uma que aparta.
Às quinze horas o sol já disse bom dia, o almoço já fez digestão e é quase hora de ir embora, descansar.
Quinze animais é muito para ter em casa, mas na floresta é extinção.
Quinze anos de carreira parece uma vida, enquanto quinze anos de idade é só o começo dela.
E tem gente que leva isso tão ao pé da letra que quer até debutar, ser apresentada à sociedade. Pois eu conheço a sociedade e não gosto tanto assim dela. E caso não saiba ainda, você já nasceu dentro dela, mas tem a opção de segui-la ou apenas dar uma espiadinha de vez em quando.

(para a minha irmã mais inteligente do que debutante, Raq)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Delírio II

Abro a janela, sinto o vento
Como quem quer me atirar
Pra dentro de uma doença,
E me dar histórias pra contar

Agora sou Cubas
Rei das viúvas
E da ironia após a morte
Quisera ter tido a sorte
E o tempo necessário
Para as realizações

Longe das páginas de Machado
Exponho algum pecado
E também minhas negativas
Com a vantagem de estar viva
Em uma era sem barões.

Delírio I

Okay, deve haver alguma razão pra eu gostar tanto de jogar paciência. Sim, aquele joguinho de cartas do windows. A princípio eu preferia o Super Mario... lógico né, nós, garotas, temos uma fase em que o principal ponto de atração envolve um homem dentro de um macacão. Ta, comentário pertinente, porém um pouco exagerado, já que o Mario é um encanador e não tem nada a ver, por exemplo, com o marido da Babalu de Quatro por quatro. Bom, o Mario tem como objetivo resgatar a princesa Peach, mesmo que ele não seja lá, um príncipe. E sim, eu acredito em príncipes. Pois bem, voltamos ao ponto inicial, em que a paciência, além de ser uma virtude, é o que me deixa mais próxima dos príncipes no momento. E só pra constar, o nome do jogo original é Solitaire... sugestivo?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Máquinas, pontes e roupa suja


A revolução industrial trouxe até mim a indagação “para que servem as pessoas, afinal?” Questão interessante que geralmente termina sem resposta satisfatória, mas hoje não. Hoje eu respondo com saudade e o algo mais que talvez nunca consiga explicar.
Cá estou eu novamente desfazendo cada ml do meu corpo em prol de... você. É sábado à noite e, ineditamente, eu tinha mais programas que uma máquina de lavar roupas (ou um canal da TV a cabo). Pois eis que “encho a máquina”, tomo um banho, entro no quarto e o cheiro do hidratante me faz voltar no tempo e meu corpo treme ao lembrar das suas mãos deixando esse mesmo perfume espalhado pelas minhas costas. Sento na sala com uma barra de chocolate super clichê, como se fosse te esperar chegar... eternamente. Escolho um filme. As pontes de Madison trazem o segundo “enxágue” do meu programa, com direito ao “amaciante” romance secreto de Clint Eastwood e Meryl Streep.  A plateia vai o delírio. Em um momento ele diz ter a impressão de que tudo que fez até o momento foi para chegar até ela. Isso me faz pensar como, então, minha vida continua sem você. E o que mais eu preciso descobrir para merecer tudo de volta. Ou poder estar pronta para “centrifugar” e começar tudo de novo... em outros trajes.
Só mais uma coisa. Os quatro dias juntos foram suficientes para que eles se amassem a vida toda. O que eu faço com os nossos seiscentos e noventa e oito, então?