segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A sociedade do relato

Um clique aqui, outro ali e os acontecimentos nunca foram tão documentados.
A tecnologia (e o crediário) nunca foi tão funcional.
Há por aí, um banco de dados interminável do show da vida.
Mais registros e menos mãos estendidas.
Nem para ajudar, nem para apartar.
Testemunhas oculares de um mundo que não se enxerga mais sem as lentes.
Astigmatismo coletivo versus perda de oportunidades.
O pior cego é aquele que só curte e compartilha.


Korn - Blind

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Gatilho

Encaixotar, selar caixas, carregar móveis, desocupar o coração, arrumar a casa, pendurar quadros, enfileirar sapatos, pendurar cabides, encher a dispensa com o que compensa.

Se acreditassem nas mudanças tanto quanto as pregam. Se plantassem e regassem, mas não regam.
Já fui assim ou de outro jeito, sou assim, serei talvez, o que ainda nem sei direito.
E há quem mude e não acredite na mudança dos outros.
Existem gatilhos por aí. Na forma de filme meloso, letra de música, livro de auto ajuda, luta oriental, ou na forma de gente mesmo.

Querer alguém sem passado é deixar de acreditar na possibilidade de mudança e melhora das pessoas. É buscar, sem sucesso, alguém que ainda vai nascer. Então porque não aceitar alguém que tenha renascido?
Até o vento muda a direção.


Kings of Leon - Temple