quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

P a r á g r a f o s

Escrevi muito para gente que não merecia nem um acento. Ou um colo, por assim dizer.
Talvez uma vírgula, no meu julgamento de menina boazinha. Quem sabe, ter logo enfiado um ponto final, daqueles que afundam a caneta e marcam a folha seguinte. Ou nem ter deixado abrir parágrafo.

Mas é assim mesmo. A gente escreve o que está na gente. E eu sinto... muito. Entretanto, não sinto muito. Um brinde à esse egoísmo sutil e interessante. Meu. E que atinge e abraça tão bem o ego do outro.


Band of Horses - The Funeral

sábado, 14 de fevereiro de 2015

E como vai...

Eu não tô bem. Não tô mesmo. Nadinha. É isso que você quer saber quando pergunta como estou? É isso que você imagina que esteja acontecendo depois que me deixou? É isso que você quer ouvir? Que não sei o que fazer, que não sei pra onde ir. Estranho seria se já estivesse aos pulos e aos risos. Com a agenda lotada de compromissos. E refeito todos os planos sem você. (Como se eu tivesse tido chance, ou tempo, ou motivo para ter feito, alguma vez, algum plano com você). Mas não quer dizer que os meus sentimentos precisam se comportar como os dos outros, posto que ~todo mundo passa por isso~ e ~ele não é o único cara que você vai gostar~. Se nem eu mando nos meus sentimentos… quem dirá o falso, improvável e ingrato destinatário deles. Portanto, você não quer saber se estou bem, quando pergunta mim, quando pergunta para alguém, quando lhe convém. Quer, implicitamente, saber se estou chorando e lamentando a sua perda. Olha, não lamento nem a perda dos quilos. Aliás, agradeço. Tudo que vai, dá espaço para novidades. E eu não estou bem, mas continuo feliz, porque você me fazia bem, mas eu já era feliz antes de te conhecer.



Barenaked Ladies - Am I the only one

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Futuro

Não quero ser egoísta
A não ser que a sociedade insista
ou a má sorte invista
E faça-me aceitar o “eu”
Já que o “nós” morreu
E não cumpriu o que prometeu.


Pois futuro e seus infinitos planos
Férias, finais de semana, amanhã, próximos anos.
E tudo mais que tento não pensar.
Não escolher as flores do altar.
Não deixar malas prontas na sala de estar.
Não ligar e esperar retornar.
E fingir que não vou me enganar

Então não me prometa o hoje
A não ser que venha acrescentar e pluralizar
Porque hoje vivo singular
E amanhã não terei nada para contar
Ou terei que fantasiar

A menos que alguém queira ficar...



Nickelback - Savin' me