terça-feira, 15 de março de 2011

Há quem fale do tempo que cura


De história, crendice, cultura
Daquele que a gente se engana enquanto vive
E o fingimento deixa a gente perdido
E quando vê, já está tudo esquecido.

Há ainda quem fale do tempo que passa
É o que veio um dia e, como tudo, foi indo
E a gente percebia sorrindo
O sol saindo e a chuva caindo
E passando ora depressa, ora devagar
E quando vê, já foi

E existo eu
Que me aventuro a contar dias
E enxugo os momentos que escorrem no meu rosto
De prazer ou desgosto

Mesmo porque quando eu morrer,
Por assim dizer
Não levarei nada que me cerca
Apenas o que abala e me diz
Que em algum tempo fui feliz

segunda-feira, 7 de março de 2011

Coisas que a gente patrocina II



“Você é o que você come”. E se comer bem, você patrocina a saúde.
“Rir é o melhor remédio”. Mesmo que seja sozinho. Você que ri, patrocina a alegria.
“Diga-me com quem andas...” e te direi quem patrocinas. O crime organizado ou a paz mundial.

Eu, por exemplo, quase não carrego bolsa. Eu patrocino o conforto em lugares com grande concentração de pessoas. Mas, em contrapartida, deixo também a suposta liberdade para os folgados que se sentem à vontade em continuar engordando e ocupando o lugar que a minha bolsa ocuparia.
Quem passa duas horas numa fila de banco e, só lembra de tirar a fatura e o dinheiro da bolsa ou da pasta quando chegam ao caixa, patrocina a impaciência e irritação.
Quem espera a data exata do aniversário para procurar um presente específico e difícil de encontrar, patrocina a burrice. Mesmo porque, aniversários acontecem todo ano na mesma data.
Quem permite os cinco minutinhos de sono da manhã, patrocina a boa preguiça.
Quem oferece ajuda e atenção a desconhecidos, patrocina o bem estar.

E você, o que patrocina?

Coisas que a gente patrocina I



E agora com vocês, uma palavrinha dos nossos patrocinadores...

Abrace quando ainda falta e chore quando não cabe mais.
Patrocine a liberdade de expressão.
Fale quando alguém precisa ouvir e ouça quando alguém precisar falar.
Patrocine a comunicação.
Conte os dias e patrocine a saudade.
Segure a mão pra não deixar cair e pule junto pra não deixar parar.
Patrocine a amizade.
Feche os olhos e patrocine os bons sonhos. Abra os olhos e patrocine a vida.
Grite bem alto, sonhe bem longe e acredite.
Patrocine o amor.

(Esse é o meu “filtro solar” para vocês)

terça-feira, 1 de março de 2011

Farmácia Popular –1mg



Caminhar todas as manhãs faz bem. São recomendações médicas.
E de médicos esse mundo está cheio.
“Ah, mas a neta da mulher que cortou o cabelo esses dias com a ex vizinha da minha nora corria todos os dias pela manhã e estouraram tantas varizes na perna dela que teve que amputar”.
Assuntos fantásticos esses de pontos de ônibus, tardes no calçadão e salas de espera de consultórios. Ou mesmo horários de pico em qualquer canto da cidade.
Se uma mulher ou um homem, que estão na fila especial de um banco, por acaso, tossem. É bem provável que alguém, da outra fila, cometa a indelicadeza de dizer: “tome mel que melhora”.
Claro que seus maravilhosos seis anos na faculdade de medicina fizeram com que a solução parecesse brilhante naquele momento. Apesar de que talvez nem saiba que um curso de medicina dure, no mínimo, seis anos.
Essa “farmácia popular” está mais para “farmácia de manipulação”, se é que vocês me entendem.
O-ME-PRA-ZOL! Esse sim, cura tudo compreendido entre o pescoço e as coxas. É tiro e queda.... pois bem, queda.. acredite e caia do cavalo.
E se o assunto for a dor, existe um milhão de opções que os nossos médicos de plantão oferecem. 
Isso quando não vem aqueles ambulantes de terra longínquas e armam uma banquinha rodeada por curiosos cheios de história para contar. Esses sim curam tudo. “Pra coração partido, tem?” “Tem não, aí é só o tempo...” “Assim num ajuda, né moço”.
E pensar que antigamente tinha chá para todos os males, e a gente acreditava, e curava... Até coração partido...

Porque de médico e louco todo mundo tem um pouco, não é mesmo?