sexta-feira, 31 de maio de 2013
De segunda
Não devemos sair de segunda, força o motor. Até podemos, se estivermos na descida. Mas nem sempre estamos, por mais que pareça que a vida esteja nos empurrando para baixo ou que tem alguém puxando para o fundo do poço. Além disso, a primeira prepara. Assim como o domingo preguiçoso antes de uma detestada segunda feira. E ninguém gosta da segunda por ser o primeiro dia útil, o que faz a terça mais agradável. O segundo lugar não é o mais almejado mas tem a graça do pódio, sem a responsabilidade da liderança. O segundo filho costuma ser mais esperto porque aprendeu com as cabeçadas do primeiro. A segunda panqueca sai mais sequinha e uniforme, assim como todas as receitas feitas pela segunda vez... A primeira é a teoria, a magia.. a segunda é o desenrolar da trama, a realidade. Uma depende da outra. E imagine, se a primeira é inesquecível, tente a segunda. E outra, quem disse que inesquecível é sempre bom?
quinta-feira, 30 de maio de 2013
Apenas...
É o seu cheiro que está no meu corpo, por menos que eu queira sentir. Respiro fundo sem saber se quero me sufocar ou apenas conseguir um pouco de ar. É tanta coisa, tanta coisa, tanta coisa... prefiro não pensar. Não imaginar como deve, seria ou poderia ser. Nem em todos os obstáculos (que soam como desculpas) entre isso ou aquilo. Mas que são meus. Inspiro. Me afundo no seu peito, no conforto de sermos um. E você me recebe de corpo quente e pergunta coisas que nem eu sei sobre mim. Seus olhos ao longe (e que eu insisto para que mirem os meus), suas mãos nas minhas. Todo aquele bucolismo. Curiosidades, vontades, descobertas. Suspiro. Um dia seu cheiro não estará mais no meu corpo e você não vai mais saber o que perguntar para mim. E não importa, não é uma questão de necessidade, é só...que naquele momento, eu e você fomos nós. Expiro.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Análise Simpática
Você aí, sujeito simples, que busca intensamente um verbo de ligação, um artigo definido para dar sentido ao seu predicado verbal. Objetos diretos são interessantes, audaciosos mas adjetivos, vocativos e hipérboles podem enganar. Atenção às metáforas, sua complexidade pode soar traiçoeira mas elas sabem muito bem o que querem dizer. Não se apegue à anáforas e aliterações, nem todo mundo tem paciência para elas. Nada como se bastar... e ainda assim não se envergonhar em pedir revisão. Se aventure (fugere urbem), sobreviva ao mal do século! Atravesse gerações conforme elas acontecem. Fisicamente também. Pratique o discurso direto; isso pode poupá-lo de certas interpretações. Leia glossários, rodapés, epílogos. Se existem, há motivo. Não se apaixona sem conhecimento. O saber faz bem, se não fizer, não chega a ser amor. Não há mal em imaginar... nem em soltar a corda do balão para ambos se encontrarem no futuro do presente.
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