Foram tantos “nãos”. Eu não saberia contar. Muito menos dizer o motivo que eles tiveram para sair, livremente, da minha boca em direção aos seus ouvidos. E não há desculpas. Nem perguntas mais importantes que isso agora. Apenas tempo. Apenas chances. Ou castigo, troco, vingança. Mas se você ainda quiser alguma resposta minha, já adianto que é “sim”.
O ano é novo, mas a história é mais antiga que guaraná com rolha. Um reumatismo global. Um janeiro de ressaca moral e histórias vergonhosas. Depois do brinde o mundo se enche de sábios! Todo mundo acha que sabe a solução para o problema do outro.
E se todo mundo guardasse dinheiro como guardam os sentimentos com medo
de ficarem sós, nem existiria a classe D, a miséria, os mendigos. Se as
pessoas realmente quisessem saber as coisas, se a incerteza realmente
incomodasse, elas perguntariam. Mas as pessoas não querem saber, elas
tem medo de respostas, especialmente àquelas que levam a perdas de algo
que não se tem.
Já pensou se as pessoas aproveitassem o tempo que
tem só com as coisas boas ao invés de usá-lo para tirar satisfações ou
buscar verdades que não querem ouvir?
Por isso eu desejo um pensamento novo nesse ano que acabou de nascer e já está velho de tanta reclamação que ouviu.
Aliás, guaraná teve rolha mesmo algum dia?
Chorei, incansavelmente. Porque meus olhos assim quiseram.
Fiz até mousse de limão. Comi 2 vezes.
De repente me ocorreu se você gosta ou não, porque nunca perguntei.
Não segui uma lista. Mas se tivesse seguido, te abraçar estaria lá no finalzinho, para não ter nada depois disso, nunca mais... só um post scriptum, bem sublinhado em vermelho, reforçando que esse ultimo desejo exigiria manutenção contínua. E enquanto as versões não consolidadas de nós e as situações imaginárias tomam conta de mim, eu não sei onde você está, o que você quer, nem quem você é.
García Marquez diz: "...para mim bastaria estar certo de que eu e você existimos nesse momento." E concordo. Mas se quiser me mostrar, estou aqui, de peito aberto.