A gente não pode simplesmente gostar de alguém e querer ficar junto? Eu me pergunto isso todos os dias. Ficar junto meio que pra sempre, porque quando a gente tá com alguém legal, a gente não pensa em não estar junto, sabe?
Ficar junto sem papéis dizendo isso, sem rótulos, sem nomenclaturas horrorosas...
Se você resolve oficializar e assinar, vira "casado", se resolve morar junto, mas não pagar para ficar junto perante a lei, vira "amasiado". Putaria, só consigo pensar nessa palavra.
A gente não pode só amar em paz e pronto? Acordar junto, almoçar com os amigos e com a família sem olhares tortos ou pior que tudo na vida, gente chamando de "marido e esposa".
Já temos o nome na certidão de nascimento, aquela que você perde, junto com o dinheiro que vai pro cartório quando assina um contrato dizendo que vai ficar com alguém até que outro documento anule isso. Meu Deus, me salve dessa sociedade, por favor! A minha ideia de "felizes para sempre" não era essa.
Tem gente que tem esse sonho e é a coisa mais linda do mundo? Claro que tem. Mas não é o meu.
Posso mudar de ideia? Todos os dias mudamos, não é mesmo?
Eu já tenho nome. Ele também. E nossos nomes ficam até bem bonitinhos juntos. Mas também não precisa ser em um documento todo sério com testemunhas, juíz, em uma cerimônia com gente desconhecida e música midi bem brega. A gente não tá cumprindo pena, a gente tá feliz junto, só isso.
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Por amor ou por dinheiro?
Alguns meses atrás, perguntei no facebook: "você trabalha por amor ou por dinheiro?". Não que eu seja uma pessoa influente, até porque isso é muito relativo (e papo para outro texto), mas bateu uma curiosidade/dúvida se eu mesma estava fazendo as coisas "direito".
As respostas não me surpreenderam.
Como eu imaginava, quem respondeu trabalhar por amor, faz o que gosta, custe o que custar (mas eu aposto que boa parte não faz nada de graça, então fica a reflexão). E quem trabalha por dinheiro, provavelmente se sente preso à vida corporativa apenas por ter contas a pagar. Talvez não também.
Teve quem perguntou meu ponto de vista. Demorei anos para responder isso dentro da minha cabeça, antes de fazer essa pergunta para outras pessoas. E cheguei à várias respostas diferentes.
Hoje, infelizmente, eu trabalho por dinheiro. O mundo cobra até a água que eu bebo, mesmo que seja da torneira. Ao mesmo tempo, amo o que faço, embora muitas pessoas não levem à sério.
Quando a gente deixa o amor ser a nossa principal fonte de renda, as pessoas querem pagar com afeto. E, apesar de imensurável, o amor não paga boletos. É aí que a coisa aperta. Sem falar que misturar amor com trabalho é okay, mas o dinheiro azeda o amor.
Claro que existem fases. A gente não abre um negócio e já chega no auge.
Começa-se do zero. Em tudo. Na vida.
A diferença é o tempo que essas fases duram em cada empreitada.
O que eu amo, por exemplo, leva o primeiro lugar quando o assunto é corte de despesas, é o último na fila dos boletos (às vezes nem quitado por muitos meses). O desânimo diminui o amor. Por isso eu misturo trabalho com amor, mas nunca amor com dinheiro. Pode dar uma ressaca terrível.
As respostas não me surpreenderam.
Como eu imaginava, quem respondeu trabalhar por amor, faz o que gosta, custe o que custar (mas eu aposto que boa parte não faz nada de graça, então fica a reflexão). E quem trabalha por dinheiro, provavelmente se sente preso à vida corporativa apenas por ter contas a pagar. Talvez não também.
Teve quem perguntou meu ponto de vista. Demorei anos para responder isso dentro da minha cabeça, antes de fazer essa pergunta para outras pessoas. E cheguei à várias respostas diferentes.
Hoje, infelizmente, eu trabalho por dinheiro. O mundo cobra até a água que eu bebo, mesmo que seja da torneira. Ao mesmo tempo, amo o que faço, embora muitas pessoas não levem à sério.
Quando a gente deixa o amor ser a nossa principal fonte de renda, as pessoas querem pagar com afeto. E, apesar de imensurável, o amor não paga boletos. É aí que a coisa aperta. Sem falar que misturar amor com trabalho é okay, mas o dinheiro azeda o amor.
Claro que existem fases. A gente não abre um negócio e já chega no auge.
Começa-se do zero. Em tudo. Na vida.
A diferença é o tempo que essas fases duram em cada empreitada.
O que eu amo, por exemplo, leva o primeiro lugar quando o assunto é corte de despesas, é o último na fila dos boletos (às vezes nem quitado por muitos meses). O desânimo diminui o amor. Por isso eu misturo trabalho com amor, mas nunca amor com dinheiro. Pode dar uma ressaca terrível.
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