domingo, 27 de outubro de 2024

5 quarteirões

Fui votar. Mas esse texto não é sobre política. Teve segundo turno nas eleições municipais na minha cidade. Meu local de votação fica 5 quarteirões de onde moro. Saindo de casa, o céu tava limpinho no meu bloco e logo na esquina de cima já tava todo escuro. Comecei a subir, dessa vez nem celular levei e logo me veio um pensamento: se acontecer alguma coisa comigo, quais números de telefone eu tenho decorados? Quatro. O de uma das minhas irmãs e de três ex-namorados. Logo em seguida, ainda no caminho, veio uma ventania que levantou folhas e algumas começaram a grudar nas minhas pernas. Tinha um cara xingando muito alto no telefone do outro lado da rua. Uma colega passou do meu lado e eu só vi quando ela me cumprimentou, quase encostada em mim. Saindo da escola era só descida, me bateu aquela angústia dos domingos e percebi algumas coisas aleatórias. Já tinha bar aberto (não eram nem 15h); parou uma ambulância do samu (sem aquelas sirenes altas) do outro lado da rua, mas não fiquei pra ver; a maior quantidades de placas no meu bairro diz para recolher as fezes do seu cão, e, apesar de ser um bairro cheio de repúblicas, por causa da faculdade, existe um número considerável de casas de repouso. Quase toda rua tem uma. A chuva começou quando eu estava a uns 30 passos de casa. Agora tá caindo com força lá fora. E por aqui a gente agradece muito, porque não acontece o ano todo.


(Hoje é dia de preguiça, mas eu vou voltar a falar do coração. É que ele tá vazio agora. Romanticamente falando)

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

um pouquinho de conversa

Faz quase um mês que não passo por aqui. E não é porque não tenho o que escrever. Só não deu tempo mesmo. Já comentei que escrevo mais quando tô angustiada, e quando tô feliz eu sumo, né? Mas não foi o caso. Tive muitas boas ideias, bastante trabalho, altas bads, choros descontrolados, terapia. E, pra quem ficou pensando se arrumei um amor e não vim contar, por isso sumi, sinto informar, mas isso também não aconteceu ainda. Quando acontecer, prometo que conto tudo.

É que tá meio difícil apaixonar, sabe? Daquele jeito que me pegava antes. E nem é porque me falta sensibilidade, só não tá acontecendo mesmo. Paciência.

Hoje um amigo postou um vídeo tocando uma música que desbloqueou um milhão de coisas na minha cabeça. Fiquei tão emocionada, botei a música no spotify e ouvi muitas vezes em sequência. Nunca faço isso. Tenho playlists, gosto de ouvir álbuns inteiros, aí sim repetir talvez. Mas nunca a mesma música várias vezes. Aí lembrei de outro amigo, de quando a gente conversa e fala que sem música não dá pra viver bem, que falta trilha sonora pra nossa vida.

Esses dias não consegui segurar o choro em público. Eu nem sei o motivo. Aí pessoas que eu não imaginava o tamanho da conexão que a gente tinha construído, me acolheram de uma forma tão boa, me senti tão importante.

Eu acho que o amor dos amigos tá fluindo de um jeito ultimamente que o amor romântico não tá conseguindo ser relevante. Deve ser isso. Mas continuo querendo. Acho que, mesmo que eu não me sinta tão pronta (será que alguém tá?), sei que tô disposta. Eu mereço um chamego. Pode vir.


*a música chama "Trem do Pantanal" e eu gosto na voz do Almir Sater. Talvez muita gente não imagine que eu também gosto de música assim. Principalmente quem leu os posts bem antigos desse blog, que tem músicas junto com os textos. Mas é aquela coisa, uma trilha sonora diferente para cada momento da vida.