em que todos os beijos sempre pareciam ser os primeiros
e que todas as despedidas pareciam ser as últimas
todos os olhares, enigmáticos
e todos os abraços mais longos
hoje os beijos são apenas beijos, cumprimentos sem paixão
nas despedidas não há mais o receio de não voltar
já não se decifra olhares
e os abraços se transformaram em "tapinha nas costas"
Pois eu quero viver num outro tempo, então
e beijar até sentir arrepiar de novo
sentir saudade como alguém que vai para a guerra
olhar despretensiosamente até encontrar um olhar na minha direção
e abraçar, no sentido de envolver e ser envolvida por braços, num espaço só
onde não há mais nada, nem o tempo...
E que isso se faça presente, para que no futuro eu possa viver o presente que o futuro será, sem precisar almejar o passado, como no presente que estou agora.