Quando
a gente cria um mundo não quer dizer que o que vivemos não está bom. O mundo que veio pronto é genérico e cada um
é cada um. É como personalizar sua página no iGoogle. Você escolhe cor, a disposição, o cenário, os
ícones. Mas não escolhe o que vai aparecer nas atualizações. E então, num passeio discreto em solo
estrangeiro, encontramos um ser de outro mundo e criamos um novo mundo,
detonando o nosso. Aí acontece uma coisa engraçada. Aquele mundo desaba. E as
coisas só desabam quando a gente abandona. Passa um tempo, a gente não aguenta
mais ver aquelas ruínas, o pó começa a fazer mal e o nível de feiúra e descuido
da situação incomodam. Simplesmente não dá pra viver mais ali. Empacotar é o de
menos, o problema é a ideia da mudança. Porque o caminhão só leva os bens
materiais. E para onde? Sim, vamos para aquele mundo que você rejeitou no
começo. Viver uma vida medíocre, sem sonhos. Qual o problema em construir um
mundo novo, seu? Já fez isso antes, lembra? Pode demorar, mas pense na pintura
nova e o cheiro de cimento fresco. E lembre-se de nunca mais demolir seu mundo
quando resolver se aventurar em terras estrangeiras. Porque isso vai acontecer
de novo.
sábado, 26 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
'Sixters'
Quando
uma pessoa é tão amiga, a gente chama de irmã. Engraçado porque quando uma irmã
é tão legal, a gente chama de amiga. E no maior clichê, arrisco a dizer que só quem
tem sabe como é bom! É uma saudade com choro gostoso. Não é vontade de ficar
abraçada o tempo todo, mas saber que estão dormindo bem já te deixa mais
tranquila. E como tem o poder de te magoar e te alegrar mais do que qualquer um
no mundo! Não tem como fingir nenhum dos sentimentos que elas provocam. Céu e
inferno dentro do mesmo frasco... e os melhores momentos que uma pessoa poderia
ter. O pior e o melhor relacionamento e que, de alguma forma, escolhemos para a
vida toda. Sentir suas emoções. Quando passa mal, quando está apaixonada. É o
amor que não precisa de toque. É lembrar da mesma coisa e rir muito, só vocês.
Saber que tem alguém ali torcendo por você. É isso.
Então tá, fica assim.
Não te procuro, você não me quer de nenhum jeito. Já entendi
que nem tudo é perfeito. Não vou esperar parada. Porque assim o tempo passa
devagar. Também não vou correr. Só se for pra sentir o vento brincando com os
meus cabelos. Vou abusar do ritmo normal que as coisas deveriam ter tomado. Sem
pressa, sem chá de cadeira. Se volta, não sei. Acho que não quero mais saber.
Porque nesse meio tempo não fiquei menos inteligente, meus amigos ainda são os
mesmo, aliás, ganhei mais alguns. Quero dizer, o mundo não mudou, eu que estava
vendo tudo diferente. E todo mundo tentando me acordar.
Só
vê se entende que eu não preciso do seu beijo, do seu abraço, do seu toque. Percebi
que precisar é uma palavra muito forte. Eu preciso de oxigênio. E você me tira
o ar. Ficar controlando as coisas que falo ou faço, imaginando o que você
poderia dizer, isso eu não faço mais.
Eu
só queria ser sua, sem regras.
domingo, 13 de novembro de 2011
Um conto de facas
Eu
te amo, eu te quero, eu te dou a lua. A mentira já começa por aí. Quantas vezes
a lua foi dada por príncipes ditos apaixonados? Quantas luas há no céu? O meu
ponto de vista ‘’fairy tale total’’ diz que há um céu para cada casal
apaixonado, com uma lua linda e vistosa, e dela. Ganhada pelo simples fato de
merecer seu coração. Certo, mas em prol das garotas que tiveram a infelicidade
de receberem em suas vidas, príncipes que viraram sapos, vou tentar colocar um
pouco mais de amor e ódio aqui.
Atenção
príncipes de todos os reinos. Viemos por meio desta, comunicar que já sacamos a
de vocês e não sentimos muito por isso. É fato que o mundo é dos espertos e que
sofremos durante séculos pela pura inocência de acreditar em suas promessas
furadas. Acontece que, se pudéssemos escolher por quem nos apaixonaríamos tudo
seriam mais fácil, mas como seres humanos que todos somos, se fosse fácil
ninguém ia querer. Vamos acabar com seus cursinhos baratos e queimar suas
apostilas de como conquistar garotas. Porque a receita ideal é aprender a
manter. E sem máscaras. “Prazer, sou um sapo” já está de bom tamanho, com isso
não esperaríamos um comportamento de príncipe. Então esqueçam os sorrisinhos
gratuitos, apelidinhos bregas e aquela maldita “passassão” de mão no cabelo porque
isso não vale nada se o que vocês querem comer mesmo são as moscas.
Vontade!
Um
amigo disse certa vez, e depois repetiu em todas as vezes certas. “Dor gera
poesia”. Então eu esperei doer, de novo. Porque sempre tem alguma coisa que vai
fazer doer, mesmo que não estejamos esperando.
E
então enquanto dói de um lado, nasce uma vontade do outro. Vontade de fazer
parar, vontade de procurar outra coisa para tomar lugar.
E
a vontade é a explicação para uma compra não planejada, para um beijo não
esperado. Um querer livre, mas com foco. Desejo que invade, vontade!
Quando
preguiçosa, é falta de vontade. Quando falta capricho, é má vontade. Quando
esperançosa e sem cobranças, é boa vontade. Se súbita, é vontade de jogar tudo
pro alto. Se insistente, é força de vontade.
E
se nada te tenta, experimenta, comenta.
Fique
à vontade!
domingo, 6 de novembro de 2011
Passing by
Passa
das três.
O
efeito do álcool passa.
É,
agora, às vezes tem álcool dentro do meu copo. Dentro do meu corpo.
O
sono passa.
Só
não passa a vontade insana de te querer sempre perto.
Esses
tempos sonhei com você e, aqui deitada na minha cama, pude sentir todas as
coisas boas do mundo dentro de mim.
Ilusão.
Passado
que vêm à minha cabeça em forma de você.
E
que não me deixa ir, deixa ir, deixa ir...
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
A cabeça dói...
... e eu me sento mesmo assim para escrever. Algumas vezes escrevo para
compartilhar, contudo, geralmente o motivo é mesmo de colocar pra fora o que
estou sentindo e não devo sentir porque machuca demais.
E
penso que deveria agradecer aos mortos pelo descanso que tive hoje. Por não ter
que acordar cedo. Por descansar um dia, já que eles estão descansando todos os
outros. Se eles não tivessem ido embora, hoje eu estaria trabalhando.
Humor
negro à parte; confesso que odeio sequer pensar em morte. Não vou à
velórios. Não insistam. Não é falta de respeito. Quero gente sorrindo e fazendo
graça nas minhas lembranças, é direito meu. Eu perco a noção do tempo com a
morte. Nunca sei quanto tempo faz que perdi as pessoas de vista. Mas sei que
naquela festa, minha prima estava um arraso! E que nunca mais eu vou comer
chokito com o mesmo gosto do que o meu avô trazia. As conversas sem noção do
meu tio, que só ele entendia. E tantas outras coisas não serão iguais. Então
porque desistir de tudo por alguém que não te ama? Tem tanta gente por aí.
Diferente, pronto pra ser descoberto. E eu preciso tentar... pelo menos uma
vez. Mesmo que vá contra tudo que tenho lutado até agora. Mesmo que eu tenha
morrido pra você, você sempre vai viver dentro de mim.
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