Existe uma coisa muito errada em fazer as coisas pensando na recompensa.
Esse não é um texto sobre estética.
Pensa numa pessoa que comeu praticamente de tudo na vida, até o que não gostava, só pra quando estivesse mais velha, realizada, morando sozinha, se acabar em fast food com milk shake uma vez por semana. Eu vivi pensando nesse dia, eu comi cenoura pensando nesse dia.
Sempre achei que minha alimentação fosse ótima. Afinal, nunca tive grandes frescuras com o hortifruti. Eu como até jiló e berinjela, poxa. Só nunca fui fã de carne. E eu ia andando para o trabalho, fervia nas baladas, queimava calorias horrores.
Corta para... um dia cheguei aos 35, sedentária e fazendo pão toda semana na pandemia. É lógico que não ia dar bom. Mas também não deu ruim, ruim. Felizmente o Brasil tem uma benção chamada medicina preventiva e eu consultei com uma médica que levou isso à sério.
Cheguei com dores de cabeça e tonturas frequentes (eu não tenho dor de cabeça nem na TPM), e ela me pediu um checkup completão. Quando viu o TSH 3,99 (máx. 4,20), já falou pra gente acompanhar a cada 3 meses e eu cortar gordura e massa (só tudo que eu mais gosto).
Só que eu sempre tive esse medo de depender de alguém ou algouma coisa. Financeiramente, psicologicamente, fisicamente. Então, se ficar doente, no mínimo dependeria de remédio (e eu não tomo nem anticoncepcional). Não tem nada explicitamente proibido, mas tô competitiva comigo mesma. Cortei a batata palha industrializada e o chá mate (sim, ele não tem esse nome à toa) e diminuí refri, cerveja, sorvete, maionese e pão (inclusive, saudades).
Agora todo dia é dia de pratos coloridos. Eu adoro misturar frutas no meio da comida, invento drinks sem álcool e me arrisco em coreografias de música pop, porque até pensar em puxar ferro me deixa triste. Uma coisa de cada vez também, né? Quem venham os próximos exames (pra eu enfiar a cara num bigmac).