Hoje é o dia internacional da mulher e, entre conteúdos sobre luta, postagens com flores e brindes que associam a mulher à beleza, quero trazer minha visão, como todo mundo.
Tenho uma amiga que virou mãe nova, seja lá o que "nova" signifique. Quando ela me contou que estava grávida eu não soube vibrar como tantas pessoas, porque eu não tinha vontade de ser mãe e, na minha cabeça, não sabia se a notícia era pra comemorar. Ela disse que ela entendia minha reação, assim como entendia a alegria de quem parabenizava. Porque as pessoas falam do coração. E eu não saber o que dizer também foi verdadeiro.
Depois disso passei até a aceitar melhor quando as pessoas me parabenizavam, especialmente em aniversários. Não é porque eu não gostava de comemorar, que as pessoas não poderiam desejar o melhor, do fundo do coração delas.
Tudo isso me traz no dia de hoje. Não sou da galera flores/chocolates e acho tudo muito clichê e cansativo (embora eu ame um clichê às vezes), mas isso não significa que as homenagens não sejam genuínas. Tenho certeza que as intenções são as melhores. E eu vou cair exatamente na minha própria armadilha agora e ser clichê: sou bem feliz por conhecer pessoas boas. Mulheres boas e boas mulheres. Gente que faz bem feito, que não quer ficar pra trás e que não tem vergonha de admirar outras pessoas boas.
Não fiz uma arte especial, não distribui brindes, não fiz uma homenagem de acordo. E isso também foi de coração, do meu jeito. Ainda quero o fim do patriarcado, salários justos, que parem de chamar a gente de guerreira, porque lutar cansa (se até trabalhar cansa!). Não enfiem a gente numa caixinha só, eu hein. Ser mulher é tão plural.