domingo, 24 de setembro de 2023

o cara do tictac

A gente se conheceu lá pelos 20 e poucos anos. Tava solteira fazia uns 2 anos e ele menos de 1 ano. Foram uns 10 meses de momentos legais, conversas sobre a nossa formação (que é a mesma), sexo bom e ele me mostrando que tava aprendendo sax. A gente nem sabia o que tava fazendo, eu acho. Eu escrevia sobre ele no twitter, tinha até uma hashtag pra contar que tava feliz com xis, antes do twitter ser x. Talvez ele nem saiba disso. Um dia inventei de desenhar nas balas daquela caixinha de tictac. Fiz carinhas em cada bala, pra presentear ele, do nada. Era meu jeito de dizer que tava curtindo o que a gente tinha. Aquela aventura dos vinte e poucos acabou, ele casou, eu namorei muitos anos e a gente não se viu nesse período todo. A gente nunca se apaixonou. Era mais uma amizade com fogo e benefícios. Uns 12 anos depois, a gente se viu, por acaso. Ele solteiro, eu não. Passados mais uns meses, também fiquei solteira e a gente se encontrou de novo. Eu tava numa fase muito delicada e ter alguém que me conhecia e que me deixasse a vontade foi muito bom pra ajudar com os traumas que eu tinha. A gente continuou sem se apaixonar. Mas vivemos outra aventura, com mais maturidade, dessa vez. Momentos legais, nossa profissão continua a mesma, o sexo ficou melhor ainda e agora ele já toca sax melhor, como hobby. Não teve mais balinha desenhada, mas muitas conversas, pontos de vista e uma paciência pra me ajudar a superar o que eu precisava superar. Valeu a pena.

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