Eu me apaixonei duas vezes na vida, até agora, com 37 anos. E o que nem todo mundo fala sobre é que, quando um relacionamento se rompe sem o amor ter acabado (pelo menos de um dos lados) é que tudo parece doer de uma vez, porque a gente não fica pensando, só sente. E, um dia, a gente respira fundo e percebe exatamente onde tá doendo. É naquele lugarzinho tão pequenininho dos sonhos que a gente construiu e queria tanto que desse tempo de realizar junto. Projetos que talvez eu nunca tenha pensado o tanto que queria até não ter mais. O que me pegou bastante, nas duas vezes, foi ter demorado pra perceber que queria ter envelhecido com quem eu amava. Agora, pensando racionalmente, vejo que isso não é impossível, mas parecia enquanto tava tudo só doendo e só doeu porque eu pensava que fosse impossível. Ou seja, perder a esperança é o que dói. Mas segurar esperança em algo que não faz mais sentido também dói. Melhor só seguir. Talvez assim eu até me apaixone de novo. E construa outros planos com outra pessoa. Ou comigo mesma. Até porque, se eu não me cuidar, não vou conseguir envelhecer bem, com ou sem alguém.