Sempre tive um puta orgulho das coisas que escrevo. Mas ultimamente tá tudo tão mal escrito. Não vou apagar porque é parte da minha trajetória, mas os 3 últimos parece que são notas aleatórias que esqueci em algum arquivo. Tudo misturado, descuidado, sem uma estrutura, um desfecho gostoso, com sabor de quero mais. Mas acho que sei o que tá rolando.
De 2000 a 2009 participei de alguns concursos literários. 2000 me rendeu um prêmio, entregue na prefeitura, primeiro lugar da escola. Era uma escola pequena, e só as oitavas devem ter participado, não me lembro. Era um texto objetivo, sobre o perfil da mulher do ano 2000. Saí até no jornal, com o uniforme horrível da oitava série e um batom prateado, mais horrível ainda, mas que me colocava bem inserida na galera, no auge dos meus 13 anos.
Em 2003 eu cursava o último ano do ensino médio e a minha escola lançou o primeiro concurso de textos entre os alunos. Fiquei em segundo lugar na categoria poesia e o título da minha obra era "mágoas retratadas". À essa altura eu já tinha percebido que as desilusões da vida me inspiravam mais do que momentos felizes. Inclusive, era sobre isso que o poema falava. Que desilusões, Priscila? Eu só tinha 17 anos no final de 2003.
Mas tudo isso fazia sentido, no final das contas. Quando tô mal, remoendo, lamentando, indagando, toda a dor se transforma em verso, pra tirar de mim e doer menos. Quando tô feliz, tô só vivendo e evito perguntar até que hora vai dar errado, porque não tô acostumada com as coisas dando certo. Coisa de ser humano.