Conheci alguém. Ele me trata bem, conversa sobre tudo e me proporciona momentos dignos de uma comédia romântica. A gente dançou outro dia, do nada, no meio do apartamento. Nem lembro o que tava tocando (a gente tem mania de bagunçar toda a playlist o tempo todo e eu amo!). Foi um dia em que ele apareceu de surpresa. Me abraçou enquanto eu cozinhava. Me olhou com vontade enquanto eu tava ali, só existindo. Eu nem lembrava a última vez que tinha sido desejada daquele jeito. E a gente fez coisas que me deixam arrepiada até agora, só de pensar. Tem hora que me beliscar não é suficiente. Então eu mando mensagem e a gente começa a falar daquele dia, e de todos os outros que a gente ficou junto, apreciando a companhia um do outro. E o carinho, o diálogo, o sexo, aquele grude na hora de ir embora, já querendo que ele voltasse. Uma boca com sabor de recomeço, sabe? Demorou pouco mais 6 meses entre a gente se conhecer e se beijar. Até porque a gente nem tinha interesse um no outro. A gente tinha se visto uma única vez, por uns 10 minutos. E agora eu conto as horas pra ver de novo.
Sei que tem cara de história inventada, mas sempre parece ficção quando conto só a parte boa. A gente tem traumas, problemas e uma baita dificuldade pra se encontrar. Os encargos da vida adulta e o capitalismo complicam muita coisa. E a auto sabotagem. Ela vem forte demais. É quando eu acho que não mereço um capítulo assim na minha vida, é aquele "bom demais pra ser verdade". Fico me preparando para o dia que ele vai perder o interesse e eu vou chorar. Essa é a hora em que eu respiro fundo, tento relaxar (sem muito sucesso), e com muito custo, falo pra mim mesma: ninguém, muito menos eu, vai me tirar essa sensação boa. Mesmo que seja passageira. E vou dormir.