Ele me convidou pra ver o pôr do sol. Achei diferente, e por ser algo que normalmente não faria, aceitei. Eu já tinha falado uns quatro nãos pra ele. E fazia pouco mais de 12h que a gente tinha se visto pela primeira vez.
Era domingo à tarde, véspera do meu aniversário e eu tava lavando roupa. Acabei, saí da lavanderia, estendi em casa e ele chegou em seguida. Pensei: "não vai dar tempo". Fui do jeito que tava. Beijo no rosto, localização compartilhada com as amigas e pronto. Deu tempo! No caminho, chegando em uma espécie de mirante, o sol parecia uma gema de ovo caipira no céu. Sentados lado a lado, passando um copo de cerveja pra lá e pra cá, agora o beijo foi na boca (e que beijo! E que boca!).
Quando vi já não tinha sol, nem som, nem gente em volta. Era só o meu corpo e o corpo dele, grudados. E, por algum motivo, não queria sair de lá. Se me disessem, na hora que eu conheci ele, que em algumas horas a gente teria um fim de tarde e noite tão bons, eu só iria rir.
Eu comentei que no dia seguinte seria meu aniversário, né? Pois tem aquele lance de eu ter nascido à meia noite. Ele ficou comigo até depois da virada, pra eu não passar sozinha.
Em menos de 24h o cara do pôr do sol chamou minha atenção de um jeito que faz um mês que tô tentando entender, mas acho que só não precisa de explicação.
Sei que escrevo romanticamente tudo mas a gente não tá apaixonado, o caminho até o coração tá mais difícil na fase que eu tô agora, mesmo assim, já fico animada quando sei que a gente vai se ver. É um bom sinal.