terça-feira, 25 de outubro de 2011

ÃO


Não sei não
Quando fiquei tão
Sem razão
Foi como um clarão
No meio de um furacão

Estava na solidão
E você veio então
Te chamei de solução
De paixão, de perfeição
E nessa contemplação
Passei um tempão
Eu te querendo um tantão
Você me amando ‘gigantão’
Dia sim, até que um dia, não
Você sumiu na escuridão
Como um vilão
Num parque de diversão
Abriu um vão
Fechou o portão
Rejeitou meu coração

E acordei sem emoção
Sem ninguém para me pegar na mão
Sem corpos em união
Sem tesão
Sem visão
Sem reação
Depois do seu não.

*Obrigadão ao Paulão, criador do bordão ‘’Cervejão’’.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Dezenove de outubro



dez . e . nove
Se tivesse mais dez seria vinte e nove
E eu estaria aprendendo a viver sem você
“Já que você não me quer mais”*

Dezenove é antes do vale
E vale mais que a comissão
E o que se passa aqui dentro hoje
Ninguém sabe não

Porque é dia de casamento real
De Fernando e de Isabel
E Santos Dumont dava a volta na torre Eiffel
Voava num balão à gás
E doze anos depois
Nascia Vinícius de Moraes
Vinha também ao mundo Dom Pedro primeiro
Futuro imperador brasileiro**

Por aqui nossa própria história
Contada, escrita, dividida
E guardada na memória,
Parte essencial da minha vida
Num dia dezenove
Do mês dez
Às nove
E foi assim que aconteceu
Você e eu.


*Ref. à música “Vinte e nove”, de Renato Russo, interpretada pela Legião Urbana.
** Fatos históricos reais:
19 de outubro de 1469 – Matrimônio dos reis católicos, Fernando e Isabel, na Espanha.
19 de outubro de 1798 – Nasce em Lisboa, D. Pedro I.
19 de outubro de 1901 – Alberto Santos Dumont dá a volta em torno da Torre Eiffel num balão.
19 de outubro de 1913 – Nasce o poeta e compositor carioca Vinícius de Moraes.

domingo, 16 de outubro de 2011

Bom dia classe!



‘’Professor ganha pouco’’
É o que ouvimos por aí.
Mas quem já ouviu alguém dizendo que ganha bem?
O salário é o de menos
Comparado ao número de funções que temos
O professor não é diferente
Ele também é gente
É o pai, a mãe, o amigo, irmão
E está entrando em extinção
Mas ninguém presta atenção
À pontuação, à equação, à direção
Ao espaço da maçã em cima da cabeça
À maçã em cima da cabeça
Ou mordida, na mão do adolescente
Se é que você me entende

De mestre à vítima da violência gratuita
Colete à prova de balas,
Chicletes, pirulitos, chocolates
A arma vem de casa
Em nome do pai
Do boletim e notas de um real
Do filho
E do espírito de porco que não vai à reunião
O sinal toca
Eu não acho pouco, não.

12 de outubro



Tudo começa com duas pessoas que se amam, ou não. Mas que sentem atração, geralmente. E quando não planejado, vem o descuido. Depois o desespero. E por aí vai. Às vezes a história tem um desenrolar feliz, às vezes nem tanto. Mas o fato é que, à essa altura, o futuro da humanidade já respira enrolado nas cobertas. E cresce.  Mal educado, bagunceiro, cutucando o nariz, chorando de saudade e dormindo com leite morno. E aí não tem mais jeito. Você já foi pego. Responde por mãe, pai, tia...
Esse pequeno ser toma um feriado católico para si e o varejo em peso o apoia.
Mas o eu vejo nesse dia são as variáveis de todo feriado: churrasco, cerveja, músicas de qualidade duvidosa.
Acidente aqui, acidente ali, fica bom para todo mundo. Os socorristas não vão trabalhar em vão. As pessoas se sentem alegres, momentaneamente. E as crianças brincam com seus novos presentes, sem noção ainda do que realmente acontece. E um feliz dia das crianças à todos. Principalmente aos que acham que seus atos infantis não tem consequências.

‘’A vida só vale a pena quando somos amados por uma criança’’ – Toy Story

domingo, 9 de outubro de 2011

Estamos no clima


Na verdade, em ebulição, quase no estado gasoso.
Sol no alto. Como se o dia todo fosse meio-dia. A desculpa perfeita para uma reclamação, para a aquisição de um ar condicionado, para tomar uma gelada. Mais gente no clube, mais chopp saindo, mais campanhas ‘’doe um biquini’’. Não?
Porque eu juro que numa cidade em que a maior parte do tempo faz um calor infernal, temos inúmeras campanhas de doação de agasalho. Certo. Morrer de frio não pode. Câncer de pele, desidratação, aí tudo bem.
No frio temos festival de caldos e todos os ‘’ccinos’’ possíveis e imagináveis. No calor abusamos do sorvete e do ar condicionado. Ah, mas abrir a porta da geladeira depois de tomar café não pode.
Quer saber, já cortou o clima.

Recado dado, abraço caloroso para vocês, bebam muita água e, no modo mais Bial de ser ‘’não esqueçam o filtro solar’’.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Não, nós não temos bananas!



Sim, eu aceito.
Exemplo feliz, positivo e que adiciona (se é que vocês me entendem)
Sim, eu posso. Sim, eu faço. Sim, eu espero.
E por que não? E por que não o não?
Não, não tem problema.
Parece difícil, não é mesmo?
Mais fácil é mentir e dizer que pode quando não pode.
Tem razão, não custa nada.
Nem tempo, nem saliva, nem paciência.
Às vezes é só dinheiro.
E dinheiro todo mundo tem fácil, fácil. Certo?
Então esse post é mais uma perda de tempo pra você.
Pra você que sempre desvia para as pessoas passarem. E nunca se importa quando grupo enorme de pessoas passa à sua frente na fila do cinema, conseguindo lugares melhores que você. Nem se importa em buscar as crianças da vizinhança toda na escola. Não reclama se faltou o hambúrguer do seu sanduíche ou o gelo no seu refrigerante. Tá tudo bem pra você.
Só mais uma coisinha. Posso te pedir um favorzinho?

Por que mesmo que é assim?



Brinquei quando criança. Aprendi a ler, escrever. Escolhi meus favoritos. Atores, autores, diretores. Aprendi a cozinhar e gostei. Estudei, me formei. Arrumei um emprego legal, saí, arrumei outro legal. Namorei, tratei bem as pessoas. Não posso dizer que perdi algum amigo, ainda bem. Fiz tudo certo. Nunca menti nem ocultei fatos. Não gosto de lavar banheiro, mas tenho que fazer de vez em quando. Não gosto de acordar de um sonho bom e descobrir que era só sonho, de não saber o nome da música que está tocando no rádio, de ouvir gente falando errado e achando que está certo. Gosto de organizar DVD’s e livros por ordem alfabética. Gosto de sentir o vento da noite e continuar enrolada no edredon. De manter minhas unhas curtas. De música. De alguém gostar de mim pelo que escrevo, converso e não o que visto. Quando eu gosto, não duvide. Quando eu não gosto, eu falo mal, mas respeito. Não escondo nada, não procuro briga. Nunca. Odeio briga. Acho muito errado ser estúpida com a pessoa que escolhi para passar o resto da vida junto. E por que todo mundo que faz o contrário merece o mundo feliz que eu almejo e não se da conta disso?
É como um bazar de roupas usadas. Quando você doa simplesmente, as pessoas não se importam e jogam fora, mas se fizer com que paguem um mínimo valor por aquilo, elas cuidarão de suas aquisições.
Portanto, o que é meu tá guardado... e o de vocês também.