Às
vezes eu queria ser uma praça num fim de tarde. Testemunhando juras de amor,
oferecendo-me de palco para histórias, aconselhando passarinhos, abrigando
feirantes. Uma praça com sombra gostosa. Com sonhos pendurados sob os galhos
das árvores. Com dedos entrelaçados em algum canto do coreto.
Guardando
os primeiros aprendizados, com gosto de sorvete de cereja e cheiro de
‘merthiolate’. O som dos latidos e miados. O aroma da loção pós barba misturado
com o cafezinho de costume. E os sorrisos. Porque é mais que bancos e grama. É surpresa pra quem ama, é risada gostosa de criança. É solidão e companhia. E saudade com vento no rosto.