Já que é o assunto do momento... e se prestarmos muita atenção, de todos os momentos. Parece que não conseguimos mesmo escapar, nem do assunto, nem da crise. Então vamos à ela.
Crise lembra declínio mas não é certo que tudo o que sobe, em algum momento tende a descer?
Sendo assim, a chamada “crise” é uma variável do movimento econômico global e que é, digamos, “prevista” desde a bíblia com suas vacas gordas e magras. Ou seja, mesmo que a história se repita (e ela se repete), já existia crise no feudalismo. Então, o escambo não seria uma boa solução para a crise, ainda que falássemos em troca de favores como prestação de serviços, posto que a “boa vontade” está em falta e é mais difícil de conseguir do que dinheiro e ainda não há dinheiro que pague.
Outro dia perguntei ao médico que fez meu exame demissional se ele achava que eu era doida em pedir demissão no meio da “crise”. Ele simplesmente respondeu que não, argumentando que a situação é sempre a mesma e que, só agora resolvemos lhe dar um nome.
Algumas pessoas estão atentas à essa variável e não se mostram desesperadas ou surpresas porque como o próprio nome diz, ela varia.
E se a crise financeira estivesse realmente forte, ela passaria por cima das crises de insônia, crises de tosse, crises conjugais, crises de pânico, crises de meiaidade, crises de identidade e crises existenciais.
Isso para mim é egoísmo, ou crise de burrice.
Dizem por aí que egoísta é quem só olha para o próprio umbigo. Então penso que os egoístas não são muito ambiciosos, já que os umbigos ficam bem abaixo dos olhos. E quem só olha para baixo perde as grandes oportunidades. E quem olha para baixo, olha para a crise.
E talvez, só talvez nem seja crise, mas um ato gravitacional para que possamos dar a devida importância às coisas mais substânciais.
Pode ser que fosse uma “crisezinha” que, de tanto que falamvam dela, ficou se achando, inchou e estourou.
Às vezes, ela até já passou. Não aguentou a fama.
Mas como o ser humano adora reclamar de barriga cheia...
Calma, sem crise.