Acabei de ler na internet, em um perfil de alguma psicóloga, que se eu fui uma filha que não deu trabalho, talvez hoje eu tenha o hábito de sabotar minhas relações com medo do abandono, tenha dificuldade em pedir ajuda e seja perfeccionista e me cobre demais. Agora tô chorando por ter sido sempre uma filha quase exemplo. Nesses 37 anos a maioria das coisas que ouvi as pessoas falando sobre mim sempre foi que sou boazinha demais, organizada, que não consigo fazer mal pra ninguém, que choro demais por qualquer coisa, que me dedico além da conta pra gente que não consegue me valorizar. É muito louco como palavras legais, tipo boazinha, organizada e dedicada podem não ser tão cruéis com a gente às vezes. Esse pensamento não vai ter um desfecho porque tá sendo processado ainda. E eu pensando que o meu maior problema pra resolver agora era a carência que eu tentei fingir que não tinha.