Tive pesadelo.
Sao 4h51 da manhã, tô chorando e, geralmente, seria a hora que eu escreveria contando tudo pra você e você me acalmaria quando lesse. A gente tinha dessas coisas. Eu tinha pesadelos às vezes. Mas dessa vez o pesadelo foi com você. E, talvez, dessa vez, não seja um pesadelo, mas me deu palpitação e eu não tenho você pra contar. Porque a gente tá seguindo a vida, cada um na sua. E também por isso eu não posso contar pra você agora, do mesmo jeito. Você já tem de quem ouvir pesadelos agora. E eu até tenho alguém pra quem contar, mas não quero começar estragando alguma coisa que não é exatamente uma coisa, contando um pesadelo que não é pesadelo, mas é sobre você. Não tenho o direito de transferir essa responsabilidade desse jeito. Faz um tempo que estou sem você, mas só agora me senti sozinha de verdade. Por causa de um sonho com você. A gente tava em Paris, sabe? Tava frio, do jeito que eu gosto. E já tinha passado pela Espanha. Claro que tinha que ter viagem, "tudo é viagi". Mas você já tinha pra quem voltar depois disso. E eu, com todos os rolos da vida, não tinha ninguém, porque ninguém aguenta muito tempo. Ou será que eu não foco e assumo porque tô com medo de mais rejeição? De nunca ser suficiente pra ninguém. Só que isso, eventualmente, vai acontecer de novo. Ao contrário também. A ideia é acalmar e fazer doer menos cada vez, reduzir os danos. Até porque, não dá pra controlar o que a gente sente em relação ao outro, e o que o outro sente em relação a gente. E Paris parece tão bonita. Não vale a pena perder o sono chorando por isso.