Esses dias vi em algum lugar que não existe sim no talvez. Pensei em todos os "talvez" que você já me falou. Por muitas vezes cheguei a pensar que eu era difícil de amar e que tava fazendo alguma coisa errada pra nunca ter escutado um "eu te amo" de você. Isso me levou direto para dentro de uma comédia romântica de 1997. A Pri adolescente fez escola nos filmes desse gênero. A lente do amor me fez sofrer junto com a Meg Ryan quando ela fez de tudo pra se vingar de um ex até descobrir que ele simplesmente não conseguiu se apaixonar por ela. Não era culpa de ninguém. Ironicamente, foi o último filme que a gente assistiu junto.
Demorou 10 meses pra eu parar de chorar e entender que eu poderia ter te dado o maior amor que eu sentia, e mesmo se eu fosse a Meg Ryan, nada disso poderia fazer você me amar como eu gostaria ou achava que precisava. É que é difícil pensar nessas coisas enquanto tá doendo muito.
Você já não é a primeira pessoa que aparece quando clico pra compartilhar um post. E eu mentiria se dissesse que não sinto falta das nossas conversas, planos de viagem, dos memes que a gente trocava, do carinho que você fazia no meu rosto com o dedo mindinho e até daquele sorrisinho de canto que você dá quando tá sem graça. Mas eu tô me curando aos poucos e preciso de mais tempo pra conseguir reaproximar de você. Todas as partes de mim, que passaram anos te esperando, estão cansadas. A gente já não se completava, sempre ficava faltando ou sobrando alguma coisa. Com o tempo tudo se ajeita. Por enquanto tô orgulhosa da minha evolução pra te deixar ir. Uma coisa de cada vez, né?
A propósito, "a lente do amor" é o nome da versão brasileira do filme. O original é "addicted to love", algo como "viciado em amor". Sinto que tô em reabilitação então.