Em 1994 o Skank, uma das minhas bandas preferidas, lançava "Te ver". Eu tinha 7 pra 8 anos, cursava a segunda série do ensino fundamental e já achava que sabia sobre o amor. Você deveria estar na quarta série, em outra escola e, portanto, a gente ainda não se conhecia. Nosso primeiro encontro só foi acontecer em 2016. Hoje, em 2023, criei uma conexão sem pé nem cabeça, só pra dizer que tem um trecho dessa música que diz que "te ver e ter que esquecer é insuportável". Vivo defendendo que a gente não "tem que" nada, que se sentir obrigada a fazer algo estraga a experiência, que as nossas escolhas deveriam ser livres. Mas eu não tô num momento de pensar direito. Ou talvez seja o momento que eu mais esteja pensando direito na vida. Porque, desde que precisei tomar coragem pra terminar um relacionamento com quem eu amava, doeu mais do que imaginava e disse muito mais sobre o amor que eu sentia pela gente do que o ego e a teimosia em insistir em estar em um lugar que não me cabia mais. O luto desse fim demorou pra chegar, e todos os dias faço um esforço danado pra reentender como me afastar de você vai melhorar as coisas. Como "te ver e TER QUE esquecer é insuportável" mas não é impossível. E que o fim desse luto vai depender disso. Eu te amo, não desde 94, mas tempo o suficiente pra saber que deveria deixar esse amor ir, já que você não TEM QUE me amar de volta, e eu "quero ser feliz também", mas essa é outra música.