quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Quem chegar por último é mulher do padre...
Acho que a ideia de ver mais uma noiva na frente não deve agradar muito. Principalmente para quem vê uma meia dúzia delas por fim de semana. Mulher do padre? Não, pode andar devagar. E por que é sempre quem chega por último? Padre gosta de mulher lenta, sedentária? Quem disse? Pensa só no tamanho da igreja que ele vai querer que ela limpe. Limpar sim. Por que não? Padre é homem de Deus. Homem... de Deus. E quando o homem vem antes de Deus, talvez não saia algo bom. E quando é mulher de Deus? Dependendo da interpretação, pode-se entender como posse. O que nos faria concluir que Deus é homem (do contrário seria Deusa). Ah, sim, expressões. Porque homem de Deus é um santo e mulher de Deus é uma desgraçada. É... certamente o padre não iria querer se casar com uma mulher de Deus. É melhor continuar se divertindo com as mulheres de ninguém que chegam primeiro, deixando para trás os maridos, que por sua vez não perdem tempo correndo para não correr o risco de chegar por último... e virar mulher do padre.
quinta-feira, 19 de março de 2009
5
Juntos, segurando a sua
Com mais cinco mil desejos
De te amar até a lua.
Cinco dias de saudade
Antes da semana chegar ao fim
Cinco sentidos escapando
Para te ver na quinta às cinco
Em uma quinta avenida
Ou no quinto dos infernos
Jurando mais de cinco mil vezes
O meu amor eterno
E meus olhos, quando te encontram
São duas estrelas de cinco pontas
E de cinco em cinco minutos
Eu te amo cinco vezes mais
Do que te amava
Cinco minutos atrás.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Sob(r)e a crise
Crise lembra declínio mas não é certo que tudo o que sobe, em algum momento tende a descer?
Sendo assim, a chamada “crise” é uma variável do movimento econômico global e que é, digamos, “prevista” desde a bíblia com suas vacas gordas e magras. Ou seja, mesmo que a história se repita (e ela se repete), já existia crise no feudalismo. Então, o escambo não seria uma boa solução para a crise, ainda que falássemos em troca de favores como prestação de serviços, posto que a “boa vontade” está em falta e é mais difícil de conseguir do que dinheiro e ainda não há dinheiro que pague.
Outro dia perguntei ao médico que fez meu exame demissional se ele achava que eu era doida em pedir demissão no meio da “crise”. Ele simplesmente respondeu que não, argumentando que a situação é sempre a mesma e que, só agora resolvemos lhe dar um nome.
Algumas pessoas estão atentas à essa variável e não se mostram desesperadas ou surpresas porque como o próprio nome diz, ela varia.
E se a crise financeira estivesse realmente forte, ela passaria por cima das crises de insônia, crises de tosse, crises conjugais, crises de pânico, crises de meiaidade, crises de identidade e crises existenciais.
Isso para mim é egoísmo, ou crise de burrice.
Dizem por aí que egoísta é quem só olha para o próprio umbigo. Então penso que os egoístas não são muito ambiciosos, já que os umbigos ficam bem abaixo dos olhos. E quem só olha para baixo perde as grandes oportunidades. E quem olha para baixo, olha para a crise.
E talvez, só talvez nem seja crise, mas um ato gravitacional para que possamos dar a devida importância às coisas mais substânciais.
Pode ser que fosse uma “crisezinha” que, de tanto que falamvam dela, ficou se achando, inchou e estourou.
Às vezes, ela até já passou. Não aguentou a fama.
Mas como o ser humano adora reclamar de barriga cheia...
Calma, sem crise.
O ECOísta
O dono da obra prima
Impaciente. Aguardava os comentários, ansioso.
Bravo!
Não, bravo, não. Talvez um pouco nervoso.
Excelentíssimo!
Meritíssimo, ilustríssimo... oras, eu não me formei em Direito.
Fantástico!
Pelo que me consta, só aos domingos. E hoje é sexta-feira.
Incrível!
Isso não é desenho animado?
Perfeito!
Bom, ninguém é perfeito.
Uma obra prima! Quem é o dono dessa obra prima?
Eu, mas na verdade, foi ideia da minha mulher e não sou exatamente dono, o termo correto é responsável.
Certo, sr. Responsável, então o senhor é o tio?
Como assim?
Na ausência do dono, o senhor é o responsável.
Correto.
Então isso o torna, digamos, o tio. Responsável pela obra prima.
Não, o senhor não está entendendo.
Não, o senhor é quem não está entendendo.
Prima de quem?
Imagino que da filha da tia dela.
Impaciente. Ainda aguardando comentários, confuso. Calou-se. O diálogo continuou entre os presentes (sim, alguns ainda estavam embrulhados).
Ah, certo. Obra prima!
Eu já havia dito isso. Seja original.
Impaciente. Aguardando o último comentário, entediado. Não podia simplesmente deixar o recinto. Era o centro das atenções, de certa forma. Ele e sua obra prima. Agora, ela mais que ele.
O último crítico coçou a cabeça, levantou-se, abriu os braços, sorrindo.
Obra tia!
Frustrado. Não fez objeções e nem questão de agradecer os comentários.
Virou-se e saiu, calado.
Ao longe, ouvia-se os aplausos dos críticos... para sua obra prima.
Desemprego
Eu poderia estar matando, roubando, pedindo esmola ou vendendo meu corpo. Poderia estar pedindo dinheiro para sustentar filhos que não tenho ou despertar a incrível generosidade de vocês alegando morar e cuidar de uma avozinha muito doente, à beira da morte.
NÃO, não pertenço a nenhuma igreja, seita ou grupo e não quero doações de nenhuma espécie. Doações com valor monetário não enriquecem o ser humano.
Assim, aproveito a curiosidade de quem leu até aqui para falar um pouco sobre capacitação profissional e experiência. O mercado pede isso, não é?! Por que então cada vez mais a aumenta o número de cursos profissionalizantes e acontece o oposto com as oportunidades de emprego? Por que também as pessoas nunca estão satisfeitas com seus empregos?
Apenas 3% da população chega ao ensino superior e essa porcentagem afunila quando falamos em mestrado, doutorado e especialização. Além disso, é um absurdo que os profissionais formados em cursos técnicos ou seqüenciais sejam iguais aproveitados aos que concluíram uma graduação de 4, 5 ou 6 anos. Talvez sim pela vivência, interesse ou esforço mas não por sua formação acadêmica, já que um graduado passou o dobro do tempo se dedicando e investindo em seu futuro.
Além disso, quantos programas já tentaram implantar para acabar com essa e outras situações? É investido mais capital nos projetos do que nas pessoas que deveriam ser beneficiadas.
Ah, ninguém teria uma moedinha para contribuir com a educação profissionalizante e o desemprego do país...?
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Uma despedida...
Tenho esse nome por causa de um cantor que morreu antes de eu nascer. Eu bem que queria tê-lo conhecido. Aliás, acho que 1986 deu boa safra, mesmo assim, faltou muita gente para eu conhecer. Ainda bem que conheci as pessoas certas, nos momentos certos.
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Quando eu era mais nova, me deslumbrava e decepcionava com facilidade. Tudo dava certo para quem fazia as coisas erradas. Mas como eu sempre quis fazer tudo certinho...bom, eu me ferrava. Ouvia sempre alguém dizendo pra mim: “Calma, mais pra frente as coisas vão mudar, você vai ver”. Pois é, o tempo passou várias vezes e como eu não gosto de esperar, me ocupei de outros afazeres. Um dia o meu dia iria chegar e eu não podia estar despreparada.
...
“A Saraiva é uma escola”, uma amiga vivia me dizendo isso. Na escola a gente conhece muitas pessoas, provoca pessoas, arranja briga, faz amigos, faz inimigos e principalmente aprende. Na Saraiva a gente conhece muitas pessoas (muitas mesmo), provoca pessoas (ah, acontece), arranja briga (consequências), faz amigos (impagáveis...juro), faz inimigos (ou quase) e principalmente aprende (e como!).
Aprende que tudo tem dois lados, pelo menos. Na verdade, muitas vezes as situações, tem vários lados, ângulos e pontos de vista.
Pois bem, aprendi o que é motivação e conheci a falta dela. Aprendi que quase tudo na vida pode ser parcelado, mas que a alegria é à vista e vem de graça.
Aprendi que aquela história de que tempo é dinheiro até pode existir e ser verdade, mas não é muito praticada. Caso contrário, muito dinheiro seria jogado fora todos os dias. Exatamente porque algumas pessoas livremente imaginam que temos tempo de sobra. Se esse fato fosse comprovado, todos os dias jogaríamos uns trocados por aí como se fôssem folhas das árvores que balançam com o vento das estações que mudam ou da chuva que está chegando.
Aprendi que trabalho em equipe não é apenas dividir as tarefas, mas aprender um pouquinho com cada um e explorar o que eles tem de mehor. Ser amigo não é ser capacho. E solidariedade e abuso não são sinônimos. Porque amigo é amigo e o resto vocês já sabem. Além disso, não é só porque eu estou fazendo bem que ninguém pode fazer melhor.
Aprendi a escutar mais, entender melhor, abraçar sem medo quando estou preocupada com alguém.
Aprendi a sentir.
Aprendi que família não são necessariamente as pessoas que moram na nossa casa, ou que aparecem de vez em quando dizendo como você cresceu, ou que você encontra em algum casamento ou velório e que te chama apenas de prima...(na certa não deve nem lembrar o seu nome). Família...pode parecer muito forte, mas nós somos fortes. Quando nos abraçamos de saudade em uma volta de férias, quando estamos mal por algo que nem tem importância mais, quando choramos, quando ficamos bem de novo, quando falamos mal de alguém, quando escorregamos em uma calçada molhada de chuva, quando o telefone não pára de tocar..., quando caímos na gargalhada sem motivo aparente, quando apostamos bombons para ver quem acha um livro primeiro, quando nos deslumbramos todas pelo mesmo cara ou quando os caras se deslumbram todos pela mesma garota.
Também já fiquei bêbada com vocês e parei de beber por vocês.
...
Ainda não entendi muito bem que o reconhecimento vem com o tempo, mas entendi porque dizem que paciência é uma virtude, principalmente para quem acredita que quem espera sempre alcança.
Aprendi que não adianta só reclamar, mesmo que seja algo que incomode à todos, porque as coisas não vão mudar sozinhas. Você tem que realmente fazer alguma coisa, nem que comece chamando atenção do maior número de testemunhas para que seu propósito seja, ao menos, ouvido e esclarecido. Além disso, nem todos vão entrar no barco com você, mas apenas o apoio de alguns já é o suficiente. Você deve entender, as pessoas não são iguais e podem ter um certo receio das consequências.
Aprendi mesmo, que algumas pessoas parecem não se importar, e talvez eu nunca saiba se algum dia elas irão se importar de verdade ou não. Se faço qualquer tipo de diferença na vida delas. Para outras, nem preciso duvidar.
Aprendi também que, nesse mundo, algumas pessoas simplesmente se esquecem que existe vida além do trabalho ou ignoram o fato na maior cara de pau, e acham que você é uma máquina, treinada, submissa, que não tem mais nada para fazer da vida e que não tem mais nada para ser na vida. Só depende de você, acreditar que é mais. Até diálogos de filmes nos ensinam a confiar em nós mesmos quando dizem: “não deixe ninguém fazer você se sentir como se não merecesse o que quer”. Sinceramente... não vale a pena.
...
Com certeza, aprender é bom, gratificante e as pessoas podem descobrir coisas fantásticas quando estão dispostas a se submeterem à um aprendizado. Qualquer um pode ensinar, qualquer um pode aprender. O segredo é não ter medo. De perguntar quando não sabe, de arriscar quando der vontade, de se explorar. Nós temos muito que ainda não conhecemos, podemos muito que ainda não mostramos e somos muito, muito mais que isso tudo. Que venha o futuro.
E que vá a saudade...porque ela já não cabe mais aqui.
Adoro todos vocês.
“Os Impagáveis” da Saraiva.
P.S. Agora posso dizer que finalmente entendi a expressão “cuidado com o que você deseja”.
Vocês sabem do que estou falando.
Trilogia do Varejo - O operador de caixa
Apoio para assinatura, carimbada, empilhada.
Carregada de deveres.
ROBOTIZADA! Boa tarde, obrigada!
Registradora, não esquece de nada. Nem mesmo sua própria INSIGNIFICÂNCIA.
Em meio à tantos números, uma ânsia, enumera seus pesadelos e o que faria para não tê-los ou detê-los.
Faz as contas do tempo que falta, parece uma eternidade. E, no ócio de sua inutilidade, enrola a bobina de sua vida redundante e grita: PRÓXIMO!
Trilogia do Varejo - O vendedor de livraria
A livraria, que alegria. Um universo de pura cultura. Mas não julgue o livro pela capa. Ás vezes a vontade é sumir do mapa.
Ficar escondido no meio dos dicionários procurando significado para o mundo solitário, repleto de otários ao seu lado.
Gente muito acomodada que se diz abandonada, e só sabe reclamar se não ouvir um “Posso ajudar?”.
O vendedor vende dor, mas não se auto-ajuda, percorre todo o corredor para ver se sua sorte muda.
Seu sorriso de vitrine recepciona o cliente, mas o fundo dos seus olhos mostra algo diferente.
Um segredo, um recorde, a semente da vitória.
Então encomenda outra história, em vão e vê que tudo não se passa de um sonho... numa noite de verão.
Vira as costas, deixa a livraria. Bate o cartão e vira a página do seu dia.
Trilogia do Varejo - O vendedor de periódicos
Chega botando banca com o assunto do falatório e vai parar na mesinha de canto de um consultório. Ou vira recorte pro trabalho do escravo escolar brasileiro, apodrecendo nas mãos do ser que utiliza o banheiro.
Esse é o produto do vendedor, que vende desde o conteúdo da boca das alcoviteiras até o COQUETEL de curvas brasileiras.
É de ÉPOCA, de lua...NOVA.
É o CAPRICHO de inscrever em promoção.
Palavras cruzando sua cova.
Até ser substituída friamente pela próxima edição.
O inverno chega e as pessoas não mais se abraçam,
elas são induzidas a doar seus agasalhos como afeto ao próximo. É um gesto nobre sem gratidão apropriada, sem destino conhecido.
As pessoas saem de casa, encapotadas, agarradas a seus players e passam o dia todo longe de casa, na correria do dia-a-dia, pensando em banho quente.
A primavera chega e as pessoas não mais se encontram ou marcam encontros, apenas se esbarram nos caminhos deste mundo pequeno. Perdem o espetáculo que as flores fazem, anunciando que a estação mudou. Não tem mais sentido ser flor.
O verão chega e as pessoas não mais vão à praia ou promovem churrascos, elas aumentam o ar condicionado, correm de moto, olham biquínis nas vitrines e começam a calcular o ano que perderam através de boletos atrasados e e-mails não respondidos.
O outono chega e as pessoas não mais se importam. Caem como as folhas, solitárias, separadas, divididas, destacadas por marcas, luzes, reflexos, mechas...salto alto, pela tecnologia. Inspiram suas próprias fragrâncias e sufocam-se com seus cachecóis, envenenando a próxima vítima.
Domingos são tristes,
vazios. Domingo é dia de descanso (para alguns), dia de ficar entediado, dia em que o supermercado fecha mais cedo, dia em que todas as estações do rádio FM tocam pagode e ritmos nada originais com letras deprimentes que trazem de volta o mal do século, caracterísca da segunda geração romântica.
Domingo já deixou de ser o dia de macarronada com a família para, “capitalistamente”, se transformar no churrascão da empresa.
Assim, não somente o domingo, como todos os outros dias, são apenas dias que passam e nos afastam, sutilmente, dos bons costumes.
Não nos lembramos mais dos vizinhos, talvez porque eles fiquem em casa tanto quanto nós. Se é nos perguntado, dizemos que nos preocupamos com nossas famílias, sem mesmo lembrar o significado disso. Vivemos para trabalhar. E para quê? Claro, para guardarmos dinheiro para pagar nossos remédios e tratamentos depois que estivermos esgotados e infelizes no fim de nossas vidas...de tanto trabalhar com o que não gostamos, pelo que não gostamos, para quem criticamos. Isso quando vivemos o suficiente para ver isso acontecer, e quando não gastamos tudo pagando faturas que já fugiram ao controle.
Alguns dizem que vale a pena porque garante o futuro da próxima geração. Mas ninguém pára para pensar que são a próxima geração da geração anterior. E que, a próxima geração não vai aproveitar porque estará muito ocupada se preocupando com o que vai deixar para a sua próxima geração.
Gostamos de falar de sentimentos,
gostamos de sentir, mas será que damos a importância necessária aos nossos sentidos? Ou apenas nos lembramos deles quando “pifam”, travam e nos deixam na mão?
Na mão...nas mãos, uma para apoiar a cabeça enquanto o corpo cai e desliza pelo sofá e a outra para segurar o controle remoto, que como as pilhas que utiliza, controla positiva ou negativamente sua tecnológica vida.
A tecnologia proporciona uma comodidade que deixa as pessoas cada vez mais preguiçosas, dependentes e gordas.
Você acorda com o despertador do celular e aproveitamos o gps do mesmo para o deslocamento até o chuveiro. À mesa, sem tempo, abre o notebook e, enquanto checa e-mails e compromissos do emocionante dia que começa, engole o líquido escuro e quente que sai do eletrodoméstico que ouve todas as fofocas de quem passa pela cozinha.
Segue para o trabalho sem se preocupar com as contas à pagar pois o banco se encarrega disso. Aliás, ele também lembra do seu aniversário. Mas é claro que você também não esquece, o orkut não deixa.
Seu companheiro ou companheira sabe que o você sente porque sua secretária (que também tem o orkut deles) não deixa de enviar cestas de café da manhã e presentes nas datas especiais. Eles ainda vem acompanhados de cartões com mensagens lindas que, nem você, nem a secretária, nem a empresa contratada para tal foi capaz de escrever. Alguém dessa empresa copiou do Google, colou no Corel, colocou uns cliparts, imprimiu e o destinatário fingiu que leu e agradeceu.
Alíás, hoje em dia é para isso que as secretárias se prestam, para representar o lado humano da empresa. Posto que, telefones comerciais são cada vez menos utilizados, já que todos possuem, no mínimo um aparelho celular...até as secretárias, e as faxineiras.
Isso tudo, quando você tem um emprego fixo, porque hoje em dia tudo é free...todo mundo resolveu trabalhar em casa para não ter que usar roupas quentes, tecidos que dão alergia e sapatos apertados. Ou seja, para não ter do que reclamar...mas não adianta. Nesse meio-ócio, você acaba com sua silhueta e sua saúde, não sai mais de casa por isso não lembra mais onde os lugares ficam, porque a cidade muda. No second life você sabe tudo.
Você precisa de uma vida social real.
Inventa de frequentar uma academia, mas desiste porque vão lhe sugerir uma dieta com alimentos que você nem conhece mais. Resolve frequentar uma igreja e começa a questionar porque não pode chamar Deus de Steve Jobs. Decide frequentar um bar e acaba fazendo amizade nos leitos do hospital.
Mas porque reclamar?
Você tem muitos fãs...no orkut. Se você pagar o carnê do dízimo, irá para o céu.
Tudo está ao seu alcance, através do controle remoto... é só saber que botão apertar.
Isso merece um texto...
Alguns assuntos começam do nada, são vagas indagações do cotidiano, que ficam “martelando”, torturando nossas mentes.
Será que a gente bate ou pica o cartão de ponto? Sinceramente, me pergunto isso todos os dias.
Se fosse batido, estaria bem amassado; afinal são quizenais ou mensais. E se fosse picado, seria um “bilhete” ao final do mês.
Ainda existem os que são “passados” no leitor óptico, esses geralmente ficam grudados no suor do peito da classe operária desde o trajeto no ônibus lotado de manhã, passando pelo almoço desesperado, entre o alimento engolido que será digerido durante o serviço particular de banco e uma urgente caminhada de volta à fonte de sustento familiar, até o fim do expediente.
Não é um assunto que me deixa sem dormir, mas que diabos fazemos com o cartão de ponto? Colocamos no relógio de ponto e ele sai de lá “nos dizendo” quando chegamos e quando saímos. Ele sai, digamos, carimbado. É, acho que é isso... carimbado. Seria o relógio de ponto, auto-entintado? E, se ele estiver errado? Ou não entrou no horário de verão? Até onde podemos confiar no relógio de ponto? E no banco de horas?
Acho que não vivi o suficiente para presenciar um depósito no banco de horas. Ele deveria aceitar depósito em espécie, afinal tempo é dinheiro. E hoje em dia as pessoas não tem tempo... e nem dinheiro.