sábado, 28 de janeiro de 2023

Eu parei no meio da faxina pra escrever isso

Outro dia uma pessoa comentou que tinha passado 5 horas fazendo faxina na casa dela. Eu não sabia se achava um absurdo, se admirava ou se sentia vergonha por nunca ter feito isso por tanto tempo. Cresci sem saber limpar casa. Ninguém nunca me ensinou. Talvez eu tenha sido criada para ser mimada, mas não contavam que eu poderia ter uma vida mais simples quando ficasse adulta. E não que eu tenha tido uma vida de luxo quando era criança, muito pelo contrário. Mesmo assim, tenho ótimas lembranças.

E porque eu teria vergonha de achar que uma faxina dura menos tempo? Será que sou porca? Muitas dúvidas surgiram na minha cabeça depois daquele dia, mas só parei pra pensar agora, enquanto varria o quarto. Naquele mesmo dia a gente falou sobre aspirador de pó e misturinhas caseiras para limpar piso. Tudo o que eu sei sobre limpeza veio de uma irmã que morou com uma tia e aprendeu com ela, e um pouco de uma prima, que deu algumas dicas. Até tinha uma indignação, que minha casa não ficava com "cheio de casa limpa", até que acertei na misturinha, que minha irmã me ensinou.

De qualquer forma, fiquei pensando porque mulheres se preocupam tanto com isso, geralmente. Homem não fala sobre limpeza, de um modo geral, como a gente acaba pensando. Eu não sou exatamente um exemplo, não limpo tudo minusciosamente, às vezes deixo aquelas aranhas das pernas fininhas vivas (elas ajudam comendo uns insetos), e largo qualquer dia de faxina pra fazer outra coisa, pra sair de casa ou até pra escrever post no blog, mas fica aí a reflexão.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Tristeza é com T de trabalho

Nada como um dia após o outro, trabalhos bem feitos, a cabeça cheia de projetos novos e a percepção de que eu não sou muito agradável (após ler esse blog quase inteiro de novo). O psi tá certo, aff. E desde quando a vida começou a se resumir em trabalho? Logo isso, que não é o prazer de ninguém. Pelo menos eu não gosto de trabalhar. Duvido que, no fundo, alguém realmente goste (por mais que eu faça o que curto). E quando digo isso, não é o ofício em si, é mais a obrigatoriedade de estar disponível pra alguém por um período de tempo, só porque precisamos pagar boletos. Triste. Mas, ao mesmo tempo, não é isso que a gente faz na vida pessoal também? Estar disponível para alguém por um período de tempo. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Eu não tenho um título decente para esse desabafo sobre metas

Passa um pouco da 1h da manhã, mas ainda não dormi, então esse momento pode ser ontem, hoje ou amanhã. É a terceira vez que eu começo uma terapia. Em 2011 eu fiz porque aos 24 anos tava complicado lidar com um pé na bunda. Aos 34 o conflito era a carreira e porque caraleos eu não ganho dinheiro (apesar de não gostar de precisar pensar sobre isso). Agora, com 36, eu já nem sei, só sei que sai pior que entrei na sessão (e eu entrei me sentindo bem). Pode ser parte da abordagem, mas vamos ver.

Dentre as minhas metas para esse ano (sim, eu faço essa lista às vezes): fazer coisas que eu não teria coragem ou não me sentiria confortável normalmente, pra testar coisas novas. Isso explica eu insistir, espero saber lidar e sair se não estiver legal mais, já que aparentemente percebi que depois dos 30 comecei a acomodar com algumas situações e acho que não é tão bom.

Eu ainda insisto em dizer pra mim mesma que vou ler algum livro (alguma ficção, lógico). Não pretendo me cobrar de ler como antigamente, mas poxa, pelo menos alguns, né? Outra meta é voltar a escrever nesse blog, coitado, teve ano que só teve um post o ano todo! E eu amo escrever. Comecei limpando a pasta de rascunhos e logo vou passar minhas áudio notas críticas e sentimentais pra cá. É um bom exercício. Falando em exercício, não posso deixar o sedentarismo me fuder mais, mas nem vou fazer promessas sobre isso.

Me dedicar aos projetos que gosto, pra não precisar voltar pra CLT. Essa meta tá todo ano na lista. E esse ano já começou bem melhor. Tô bem orgulhosa de mim. Acho que é isso, tô sem ideia de como encerrar, até porque esse é um texto espontâneo no meio de tanta rima pensada, um mexidão da minha cabeça.

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Proibido

Cuidado com o que deseja
Mesmo que esse desejo seja
Um constante clichê popular
"na volta a gente compra"
Sabendo que não vai voltar

Há tempos eu precisava de inspiração
e você se encaixou tão perfeitamente nessa necessidade
(como eu gostaria que meu corpo se encaixasse no seu)
E esse poema é sobre tesão
com uma pitada de romance e vontade
(se, por acaso, você ainda não percebeu)

Eu falo: não me provoca!
mas não tem jeito não
só de cumprimentar
meu corpo desloca
meu olhar não foca
e você me tem na mão

Se depender de mim
isso nem chega aos seus ouvidos
(pelo menos não no momento)
todas as grandes loucuras
dos meus sonhos mais proibidos
que a gente faz no meu pensamento

Há vagas

Quando há vagas
emprego, congresso, educação
concurso, reality show, e até na fecundação
sempre tem uma competição
e eu, que não jogo nem imagem e ação
fico observando sem arriscar
mas quem não participa
também não corre o risco de ganhar

ruim é quando não dá pra escapar
quando se quer um lugar
precisa entrar e fazer sacrifícios
ossos do ofício
brigar por carteira de cliente
pra fechar o melhor negócio
o que tem de errado em querer
um pouquinho a mais de ócio?

fazer o que se ama
não deveria ser tão julgado
mas a gente deita na cama
com a culpa do nosso lado

eu queria saber quem inventou
que passar a vida trabalhando
era jeito bom de viver

será que ninguém avisou
que todo mundo só fica esperando
o expediente acabar pra beber