Antes de ontem, dia 29, eu fiz 38. Caiu numa segunda, então era terapia-feira, e eu não quis desmarcar. Também não quis sair pra comemorar. Escolhi estar só, mas recebi tanto amor que é como se não estivesse. Pensa num dia que só teve notícia boa. Parece até errado. Mas deve ser porque a gente não tá acostumado com uma extensão de felicidade sempre.
Dentro das reflexões para esse novo ano chegar, na semana anterior destralhei a casa e um pouco do coração. Organizei minhas pastas de posts salvos no instagram. Lembrei de um vídeo em que a Fernanda Souza fala sobre o auto abandono. Ela dá uns exemplos mas, basicamente, diz que quando um bebê não tá recebendo atenção suficiente, isso faz desistir de chamar essa atenção em algum momento. Por um lado pode ser "bom", porque você aprende a se regular e ser seu próprio suporte, mas desistir de si mesmo faz mal.
Fiquei observando o tanto de atenção e carinho que sempre recebi e não me dava conta, porque passei anos vivendo em uma escassez de sentimento, esperando pela próxima migalha que não iria me saciar, mas me deixaria querendo mais. Todo dia era uma batalha pra não querer coisas que eu já não deveria querer mesmo. É muito louco quando passa o filminho na cabeça e vejo que nos momentos bons e ruins eu tava recebendo amor, só que achava que amor era outra coisa. Agradeço quem ficou, me recebeu de volta de braços abertos, e ajudou a me devolver pra mim mesma.
Saber diferenciar como me sinto por alguém e como essa pessoa faz eu me sentir é ouro.