segunda-feira, 17 de junho de 2013

Vitrine

Na nossa idade parece que tudo que acontece é culpa do álcool, dos hábitos alimentares, do coração despedaçado, do resultado do jogo, do final do filme... Culpa das nossas não resistências às tentações, das nossas insistências em algo que tem tudo para não nos pertencer. São tantos anúncios, placas, convites à soluções, promessas de fim do desespero... E nos rendemos, facilmente. O mundo é uma vitrine sem preços afixados. Seus produtos estão ali, à mostra, com a etiqueta para dentro e o brilho para fora. Não sabemos os valores, fingimos não querer saber e escolhemos pela cara, pelo arrepio que provoca, pelo tom. Os cartões não tem limites (por hora) e as faturas podem demorar a vida toda para chegarem (acumuladas). Porque ninguém vai atrás das dívidas, elas é que são taxadas de perseguidoras pelos que as provocam. Mas todos querem descontos, bônus, chorinho e ganhar na megasena... Todos tem o sonho da casa própria mas deixam o amor próprio de lado. Lincoln não poderia ter acertado mais: "...se quiser por à prova o caráter de um homem, dê lhe poder".



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