quinta-feira, 30 de março de 2023

das prateleiras do mercado

Largar é fácil, difícil é deixar ir. E eu que pensei que nunca mais fosse chorar desse jeito. Ainda mais de saudade de uma rotina que eu nem quero mais. Quero chegar na parte em que vou lembrar e rir, sabe? Quando a gente brincava sobre como seria caso um dia a gente não fosse mais um casal e você falava que eu ia chorar tanto quanto uma outra vez aí ou até mais, eu duvidava, a conversa acabava e a gente se abraçava (e era o melhor abraço do mundo, desde a primeira vez). Em que ponto eu fui ficar tão infeliz pra minha lista de prós e contras virar? Por que alguns dias dói? Será que o dói foi ter passado tanto tempo esperando ouvir um "euteamo" que nunca veio? Ou uma pitadinha de desejo? Ou é só que cada prateleira do maldito mercado me lembra tudo que a gente inventava de cozinhar junto e sempre ficava bom? É bizarro chorar no corredor do mercado, na frente dos vidros de palmito. Nem sei mais o que tô escrevendo. Nem sei se tá mesmo doendo.

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