segunda-feira, 5 de maio de 2025

desfecho

[Taí a despedida que vocês queriam ler, eu acho. E fica mais difícil escrever quando o coração tá bem de novo, mas é o que temos]


Quando te conheci, eu achava que o fato da gente não querer casar e ter filhos nunca, era tipo um sinal do universo. Você não ia me pressionar, eu também não ia te encher o saco. Finalmente duas pessoas com as mesmas vontades. A princípio ignorei todo o resto (e depois também). Amei muitas coisas em você, na gente. E a maioria acho que nunca falei ou reforcei. Preciso melhorar isso em mim, pro futuro. 

Te ensinei a aproveitar com calma os passeios, você me ensinou a não ficar sem graça de entrar em restaurante caro. A gente cresceu junto, mais de 80 mesversários, sempre com alguma comemoração fofa. Cabem tantos elogios e memórias aqui, mas passou tanto tempo que eu nem penso mais sobre isso. 

Só que a gente nunca foi compatível. E quando você perdeu o interesse, eu não soube me retirar, você não soube se comunicar, e deu no que deu. Às vezes penso que, se eu não tivesse tentado tanto, talvez tivesse acabado antes e com menos dor. Mas já foi e não tem como saber. Foi bom. Agradeço tudo que a gente passou. De certa forma, me preparou pra tantas outras coisas na vida, principalmente prestar atenção no que eu considero "suficiente". Fique bem.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

macieira

Tô apaixonada, gente.

Acredito que isso não seja segredo pra ninguém, até porque todo mundo que lê aqui, ou me conhece pessoalmente já consegue perceber de longe, na minha cara, na linguagem corporal quando tô com ele, e agora nas minhas palavras. Sabe quando você torce tanto, mas não bota fé que realmente vai acontecer, depois de tanto tempo, tanto trauma e tanta vida? E eu sou uma macieira carregada, né? Preciso ir com calma pra não sufocar o outro com tanto sentimento acumulado. Se chacoalhar, cai tudo de uma vez. E nem dá pra aproveitar e fazer aquela torta pra comer quentinha com sorvete depois. A gente não quer isso. Quero aquele chamego gostoso das tardes de domingo, o bom dia ao vivo quando a gente acorda junto, a empolgação em começar um projeto novo, de quem quer que seja, os almoços nada planejados, as partidas de sinuca, e até os passeios com o cachorro dele (logo eu, que nunca nem liguei pra bicho, gente). Quando eu falei que nunca mais queria me envolver com quem não prezasse a comunicação tanto quanto eu, era ele que eu queria, sem saber quem ele era. Ontem fez três meses que aceitei um convite pro bingo e tive o encontro mais engraçado da vida. Agora me pego pensando nele todos os dias. Ele sabe disso. E diz que também pensa em mim. Essa reciprocidade é novidade e me dá um frio na barriga. A vida realmente presta.

segunda-feira, 24 de março de 2025

dois

Gente, ceis lembram desse texto aqui?

Então, já é possível ver a Priscila abraçada num domingo à tarde. E nem precisa de um filme terrivelmente romântico passando. Aliás, a Priscila está sendo abraçada há dois meses, aos domingos, sábados, e dias de semana também, sempre que dá. Sem precisar pedir. E tá abraçando de volta, sem querer largar. É incrível o que se pode deixar sentir quando o coração tá limpo de novo, né?

Pra vocês, que acompanham aqui faz tempo. Aconteceu tanta coisa, gente. E foi tudo bom. O alívio da superação, o trabalho melhorou, o sono, os planos, as sensações. Esse não é um relato de amor. Ainda. Mas tem potencial. Obrigada pela torcida até agora. Ainda vai ter muito texto ruim por aqui, já que escrevo melhor angustiada.

Os agradecimentos pela graça alcançada, de uma companhia pra andar de mãos dadas, vão para as amigas que falaram bem dele pra mim, pro algoritmo do instagram, que me mandou a sugestão do perfil dele, INCANSAVELMENTE, por meses, pro o meu psicólogo, e claro, pra nós dois, que fomos com medo mesmo.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

terapia funciona, tenha paciência

Esse blog é a prova viva de que terapia funciona. Eu nunca tive dúvidas, mas muita gente tem e, na maioria das vezes, acredito que seja pelo tempo. Não vou mentir, pode demorar. E muito. Cada um tem um processo e manter esses registros desde 2009 por aqui me anima em assistir de camarote minha própria evolução, tão regada de caos e ilusão.

Já tive cinco sessões esse ano.

Em umas delas percebi que, agora que não te conheço mais, é quando mais te conheço. E isso me tirou boa parte do último vínculo que eu achava que ainda tinha com você: a dor. Sei que muita gente deve achar um absurdo demorar tanto pra superar alguém que não entregava quase nada e ainda acabou reduzido em egoísmo e covardia. O meu processo foi assim. Falei e escrevi, de peito aberto, sobre como pensei que fosse morrer sem ele, chorei descontroladamente em casa e em público, joguei toda a frustração no sexo com pessoas aleatórias, ganhei peso e perdi a noção. Como isso pode ser chamado de amor, né?

Não prometo que, daqui pra frente, todos os desabafos serão mais felizes, porque existem outras coisas que deprimem a gente, além de homem finais de relacionamentos. O capitalismo, por exemplo, tá aí todos os dias. E o calor, os hormônios, pessoas sem noção. Mas o coraçãozinho tá um pouco mais em paz hoje.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

tudo na mesma, galera

Eu nem ia aparecer por aqui tão cedo. A troco de quê viria aqui só lamentar as mesmas coisas de sempre? Sentir vergonha sobre não ter superado algumas situações, contar sobre minhas tentativas frustradas de conseguir afeto, e viver na corda bamba entre uma dose de desistência e uma dose de esperança. Mas esse blog não é pra isso, afinal de contas? Desde 2009 relatando as situações que me incomodam e me deixam angustiada desde 1986.

O ano virou faz 13 dias e, desde então, já tive duas sessões de terapia, vi pessoas que gosto, pedi pizza duas vezes, fechei trabalhos legais, comecei a ler dois livros que não terminei e chorei descontroladamente escondida. Não vou prometer nada, isso cansa e eu me cobro demais. Só desejo duas coisas pra mim mesma esse ano: aprender a relaxar e ter saúde pra ir atrás das coisas que tiver vontade. Relaxar também se encaixa no sentido de "tá tudo bem desistir de algumas coisas de vez em quando". Nem tudo é um joguinho que você precisa zerar. Recomeços nem sempre dão certo na primeira tentativa. Finais também não.

Nota 01: Clichezão do caraleo, essa coisa de recomeços, hein? Mas é que tô recomeçando há mais tempo do que gostaria.

Nota 02: Coração tá vazio. Será que crio um perfil em app, pela primeira vez, pra rir dessas coisas da vida?