segunda-feira, 29 de julho de 2019

33

São 33 anos.
Bem aproveitados, até onde consegui pagar.

Esse não é um texto de esperança, nem de desabafo e,
talvez, nem seja um texto que você queira ler. Ou talvez seja.

Já tomei péssimas decisões:
Não soube valorizar meu trabalho.
Ainda tenho vergonha de calcular e passar preço.
Já me comparei muito com outras pessoas.
Descobri que existe gente ruim de verdade.
Nunca pensei que fosse pegar ranço por causa de política.

Mas também tomei ótimas decisões:
Comemorei tantas pequenas conquistas.
Parei de assistir televisão há mais de 10 anos.
Nunca passei roupa.
Encontrei muitas famílias reais, de coração bom e braços abertos.
Larguei mão da CLT para virar MEI.
Melhor ter amigos de qualidade que quantidade de amigos

Ainda assim, eu não tô acreditando que vivi até hoje para ver tanto absurdo acontecer.
Com apoio, ainda por cima. E de gente que conheço e sempre quis bem. Dói todos os dias.

A gente ri com a internet, a gente tenta viver nossa vidinha, como se não fosse chegar nada aqui, no interior (do estado de SP e no nosso interior), mas tá matando aos poucos sim. Nunca tivemos tanta saúde emocional e financeira, abaladas. Nunca tivemos tanta vergonha.

Aprendi que, todo mundo que a gente conhece, infelizmente, não é o suficiente para melhorar tudo o que a gente precisa melhorar. Mas é ótimo saber que a gente não tá sozinho.

Acho que é como um eterno jogo de sinuca. Alguns jogam para se divertir, alguns seguem as regras certinho, alguns preferem só assistir e alguns não se importam em perder, desde que o outro acabe pior.

Fique quem quiser. Sabendo que meus braços estão abertos, se você não quiser matar os meus amigos, tirar os nossos direitos, envenenar nossa comida ou deixar a quinta série no poder. Seja bem vindo. Porque aqui ninguém solta a mão de ninguém.

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