quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Gostamos de falar de sentimentos,

gostamos de sentir, mas será que damos a importância necessária aos nossos sentidos? Ou apenas nos lembramos deles quando “pifam”, travam e nos deixam na mão?

Na mão...nas mãos, uma para apoiar a cabeça enquanto o corpo cai e desliza pelo sofá e a outra para segurar o controle remoto, que como as pilhas que utiliza, controla positiva ou negativamente sua tecnológica vida.

A tecnologia proporciona uma comodidade que deixa as pessoas cada vez mais preguiçosas, dependentes e gordas.

Você acorda com o despertador do celular e aproveitamos o gps do mesmo para o deslocamento até o chuveiro. À mesa, sem tempo, abre o notebook e, enquanto checa e-mails e compromissos do emocionante dia que começa, engole o líquido escuro e quente que sai do eletrodoméstico que ouve todas as fofocas de quem passa pela cozinha.

Segue para o trabalho sem se preocupar com as contas à pagar pois o banco se encarrega disso. Aliás, ele também lembra do seu aniversário. Mas é claro que você também não esquece, o orkut não deixa.

Seu companheiro ou companheira sabe que o você sente porque sua secretária (que também tem o orkut deles) não deixa de enviar cestas de café da manhã e presentes nas datas especiais. Eles ainda vem acompanhados de cartões com mensagens lindas que, nem você, nem a secretária, nem a empresa contratada para tal foi capaz de escrever. Alguém dessa empresa copiou do Google, colou no Corel, colocou uns cliparts, imprimiu e o destinatário fingiu que leu e agradeceu.

Alíás, hoje em dia é para isso que as secretárias se prestam, para representar o lado humano da empresa. Posto que, telefones comerciais são cada vez menos utilizados, já que todos possuem, no mínimo um aparelho celular...até as secretárias, e as faxineiras.

Isso tudo, quando você tem um emprego fixo, porque hoje em dia tudo é free...todo mundo resolveu trabalhar em casa para não ter que usar roupas quentes, tecidos que dão alergia e sapatos apertados. Ou seja, para não ter do que reclamar...mas não adianta. Nesse meio-ócio, você acaba com sua silhueta e sua saúde, não sai mais de casa por isso não lembra mais onde os lugares ficam, porque a cidade muda. No second life você sabe tudo.

Você precisa de uma vida social real.

Inventa de frequentar uma academia, mas desiste porque vão lhe sugerir uma dieta com alimentos que você nem conhece mais. Resolve frequentar uma igreja e começa a questionar porque não pode chamar Deus de Steve Jobs. Decide frequentar um bar e acaba fazendo amizade nos leitos do hospital.


Mas porque reclamar?

Você tem muitos fãs...no orkut. Se você pagar o carnê do dízimo, irá para o céu.

Tudo está ao seu alcance, através do controle remoto... é só saber que botão apertar.


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