quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Uma despedida...

Tenho esse nome por causa de um cantor que morreu antes de eu nascer. Eu bem que queria tê-lo conhecido. Aliás, acho que 1986 deu boa safra, mesmo assim, faltou muita gente para eu conhecer. Ainda bem que conheci as pessoas certas, nos momentos certos.

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Quando eu era mais nova, me deslumbrava e decepcionava com facilidade. Tudo dava certo para quem fazia as coisas erradas. Mas como eu sempre quis fazer tudo certinho...bom, eu me ferrava. Ouvia sempre alguém dizendo pra mim: “Calma, mais pra frente as coisas vão mudar, você vai ver”. Pois é, o tempo passou várias vezes e como eu não gosto de esperar, me ocupei de outros afazeres. Um dia o meu dia iria chegar e eu não podia estar despreparada.

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“A Saraiva é uma escola”, uma amiga vivia me dizendo isso. Na escola a gente conhece muitas pessoas, provoca pessoas, arranja briga, faz amigos, faz inimigos e principalmente aprende. Na Saraiva a gente conhece muitas pessoas (muitas mesmo), provoca pessoas (ah, acontece), arranja briga (consequências), faz amigos (impagáveis...juro), faz inimigos (ou quase) e principalmente aprende (e como!).

Aprende que tudo tem dois lados, pelo menos. Na verdade, muitas vezes as situações, tem vários lados, ângulos e pontos de vista.

Pois bem, aprendi o que é motivação e conheci a falta dela. Aprendi que quase tudo na vida pode ser parcelado, mas que a alegria é à vista e vem de graça.

Aprendi que aquela história de que tempo é dinheiro até pode existir e ser verdade, mas não é muito praticada. Caso contrário, muito dinheiro seria jogado fora todos os dias. Exatamente porque algumas pessoas livremente imaginam que temos tempo de sobra. Se esse fato fosse comprovado, todos os dias jogaríamos uns trocados por aí como se fôssem folhas das árvores que balançam com o vento das estações que mudam ou da chuva que está chegando.

Aprendi que trabalho em equipe não é apenas dividir as tarefas, mas aprender um pouquinho com cada um e explorar o que eles tem de mehor. Ser amigo não é ser capacho. E solidariedade e abuso não são sinônimos. Porque amigo é amigo e o resto vocês já sabem. Além disso, não é só porque eu estou fazendo bem que ninguém pode fazer melhor.

Aprendi a escutar mais, entender melhor, abraçar sem medo quando estou preocupada com alguém.

Aprendi a sentir.

Aprendi que família não são necessariamente as pessoas que moram na nossa casa, ou que aparecem de vez em quando dizendo como você cresceu, ou que você encontra em algum casamento ou velório e que te chama apenas de prima...(na certa não deve nem lembrar o seu nome). Família...pode parecer muito forte, mas nós somos fortes. Quando nos abraçamos de saudade em uma volta de férias, quando estamos mal por algo que nem tem importância mais, quando choramos, quando ficamos bem de novo, quando falamos mal de alguém, quando escorregamos em uma calçada molhada de chuva, quando o telefone não pára de tocar..., quando caímos na gargalhada sem motivo aparente, quando apostamos bombons para ver quem acha um livro primeiro, quando nos deslumbramos todas pelo mesmo cara ou quando os caras se deslumbram todos pela mesma garota.

Também já fiquei bêbada com vocês e parei de beber por vocês.

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Ainda não entendi muito bem que o reconhecimento vem com o tempo, mas entendi porque dizem que paciência é uma virtude, principalmente para quem acredita que quem espera sempre alcança.

Aprendi que não adianta só reclamar, mesmo que seja algo que incomode à todos, porque as coisas não vão mudar sozinhas. Você tem que realmente fazer alguma coisa, nem que comece chamando atenção do maior número de testemunhas para que seu propósito seja, ao menos, ouvido e esclarecido. Além disso, nem todos vão entrar no barco com você, mas apenas o apoio de alguns já é o suficiente. Você deve entender, as pessoas não são iguais e podem ter um certo receio das consequências.

Aprendi mesmo, que algumas pessoas parecem não se importar, e talvez eu nunca saiba se algum dia elas irão se importar de verdade ou não. Se faço qualquer tipo de diferença na vida delas. Para outras, nem preciso duvidar.

Aprendi também que, nesse mundo, algumas pessoas simplesmente se esquecem que existe vida além do trabalho ou ignoram o fato na maior cara de pau, e acham que você é uma máquina, treinada, submissa, que não tem mais nada para fazer da vida e que não tem mais nada para ser na vida. Só depende de você, acreditar que é mais. Até diálogos de filmes nos ensinam a confiar em nós mesmos quando dizem: “não deixe ninguém fazer você se sentir como se não merecesse o que quer”. Sinceramente... não vale a pena.

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Com certeza, aprender é bom, gratificante e as pessoas podem descobrir coisas fantásticas quando estão dispostas a se submeterem à um aprendizado. Qualquer um pode ensinar, qualquer um pode aprender. O segredo é não ter medo. De perguntar quando não sabe, de arriscar quando der vontade, de se explorar. Nós temos muito que ainda não conhecemos, podemos muito que ainda não mostramos e somos muito, muito mais que isso tudo. Que venha o futuro.


E que vá a saudade...porque ela já não cabe mais aqui.

Adoro todos vocês.

“Os Impagáveis” da Saraiva.


P.S. Agora posso dizer que finalmente entendi a expressão “cuidado com o que você deseja”.

Vocês sabem do que estou falando.


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